Série DogHero | 3 de 4 | Gestão de pessoas em uma startup

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Olá, estou aqui com o Fernando da DogHero para falar sobre gestão de pessoas em uma startup. Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

Fernando, antes de tudo, qual que é a diferença entre uma pequena empresa e uma startup?

Bom, uma startup é uma empresa que está em continua busca, vamos dizer assim, por um modelo de negócio escalável. Acho que essa é a definição, se você for olhar nos livros, é o que eles vão te falar. O que na verdade é uma empresa que cresce a taxas de crescimento muito elevadas, isso significa um monte de coisa na organização, no jeito que ela é organizada. A diferença entre isso e uma pequena empresa é que não necessariamente a pequena empresa tem essas características, é mais em questão de tamanho. Enquanto a startup, você pode ter uma startup que tem 100 funcionários que ainda é uma startup.

E quais as diferenças, como é que funciona a gestão de pessoas em uma startup?

Bom, como uma das características de uma startup é que é uma empresa que necessariamente está sempre crescendo e mudando, porque você está tentando descobrir não só o modelo de negócio replicável, escalável, mas também você está crescendo ao mesmo tempo a taxas muito elevadas. Isso significa que toda hora você está mudando as coisas. Não necessariamente você tem um plano de carreira totalmente definido, porque você não tem uma visibilidade de três, quatro anos daqui para frente, empresas que crescem menos, já têm processos definidos, startups não necessariamente. Porque de novo, você está sempre mudando, então criar um processo hoje para depois desfazer daqui a dois meses muitas vezes não faz sentido.

Então assim, em termos de gestão de pessoas o que isso significa?

Você tem que trazer pessoas obviamente que têm esse mindset, tem essa maneira de pensar bem mais flexível. Que não necessariamente, que estão um pouco mais confortáveis com um pouco da dúvida do que será o dia de amanhã exatamente, o que ela estará fazendo e tudo mais. Muito, e até mesmo dentro das startups, você traz pessoas obviamente que têm um pouco mais uma pegada mais generalista, e à medida que você vai crescendo você vai tentando obviamente especializar elas em certas funções.

Gestão de pessoas eu acho que muito para mim é a questão de recrutamento dessas pessoas. Eu acho que você recrutar as pessoas que estão com esse pensamento já é 60% do seu trabalho de tentar chegar aqui dentro e depois você convencer elas que é assim que elas têm que agir. Então é muito no recrutamento. E aqui, bom, eu e meu sócio, estamos muito envolvidos ainda no processo de recrutamento e seleção das pessoas. Nós temos hoje 25 pessoas na empresa, então não tem nem como não olharmos e não realmente entrevistar todo mundo que entra aqui. Para nós é muito importante quem recrutamos. Essas primeiras 20, 30 pessoas, porque são elas que vão determinar a cultura da empresa daqui para frente. Não necessariamente o que eu estou tentando impor, é muito das pessoas que estão vindo para empresa e como elas se comportam, o tipo de rotina que elas têm, o tipo de normas que elas criam. Obviamente que podemos sempre ajudar.

E além disso, normalmente temos práticas que outras empresas têm também de avaliação, então hoje fazemos uma avaliação anual dessas pessoas. Nós ainda estamos em um tamanho que conseguimos fazer com que todo mundo tenha um direct report, todo mundo tem uma pessoa que reporta diretamente, fazemos one-on-one semanalmente, que são reuniões que a pessoa que reporta para outra pessoa, é ela que traz a pauta, é muito do desenvolvimento dela, muito também sobre o desenvolvimento do trabalho dela, de como ela está indo e também de pedir feedback, é uma hora boa para dar feedback.

Então na verdade a avaliação semestral, ela acaba sendo apenas um somatório de todas as outras conversas semanais que aconteceram durante esse tempo, então acaba não sendo uma surpresa necessariamente, mas apenas só um alinhamento se você está nos valores da empresa, o que prezamos, queremos que você continue fazendo mais disso, não tanto disso. Então isso eu acho que é muito parecido com outras empresas.

Nós temos uma coisa aqui que é muito bacana, que acho que é um pouco comum nas startups, que é a questão de alinhamento com a empresa. Tentamos fazer isso muito através de um plano de stock options que temos aqui. De participação na empresa que damos para os top performers. Então isso tenta alinhar mesmo realmente, para se a empresa vai bem, a pessoa também obviamente vai bem junto.

Ela tem um pedacinho da empresa também, ela é dona.

Exatamente. Pedimos o sentimento de dono, mas nós também temos que dar um pouco dessa participação para que a pessoa seja efetivamente dona.

Ok. Muito obrigado.

Obrigado você.

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