Série Rodrigo Leite |1 de 6| – Feedback: o poder da “escutatória”

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Olá! Estou aqui com Rodrigo Leite, autor do livro “o poder da escutatória” e nós vamos falar sobre feedback. Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

Olá Rodrigo!

Olá Wagner.

Vamos ao título do livro. O que é a escutatória e porque ela é tão importante?

Que pergunta linda. A palavra escutatória vem de uma inspiração que um grande mestre da educação, o mestre Rubem Alves, me ajudou a encontrar uma saída pensando em como as práticas de feedback mais vitoriosas acontecem através da escuta. De uma escuta correta, genuína e interessada. Então esse termo vem de uma inspiração de Rubem Alves, que um dia nos disse que já tinha visto muitos cursos de oratória, que ensina as pessoas a falar. E como eu pesquisei sobre a escuta e o feedback baseado na escuta estou mostrando a forma da escutatória, a escuta antes da oratória, que discute mais sobre a importância de se interessar mais pelo outro antes de dar as suas sentenças em um feedback, por exemplo.

E como isso pode ser aplicado na prática?

A prática se dá a todo momento. Estamos nos relacionando o tempo todo, a escuta é uma habilidade de relacionamento humano, e que muitas vezes é negligenciada por pais, professores, gestores. As pessoas têm muito interesse em dizer, mas pouco investem em escutar. É interessante dizer que existe uma diferença entre ouvir e escutar. Ouvir estamos falando da capacidade auditiva, da captação de sons, agora a escuta nos relacionamos com a interpretação da mensagem, a consolidação de uma mensagem. Isso se dá no dia a dia, o tempo todo. Tem gestores que perdem suas equipes porque não as escutam. Pais que se distanciam dos seus filhos e suas famílias pelo simples fato de negligenciar a escuta. Posso dizer que isso talvez seja o grande desafio contemporâneo, as pessoas se escutarem mais.

E de certa forma, em uma organização, o líder, o gestor está preocupado somente em falar e pouco escuta o que a pessoa tem a dizer.

Muito bom. Quando iniciei essa pesquisa, que tem cerca de dez anos, eu me interessei pelo tema de feedback vendo como uma grande necessidade de gestores, e que é visto também como tabu entre as pessoas. “Ah, vou receber um feedback” a pessoa já fica trêmula, já fica cheia de paradigmas. E eu fui estudar isso, como que o feedback se processa, como dá para fazê-lo de forma correta. Já que tem quem erra, existe quem acerta. Fui pesquisar quem acerta, fui pesquisar as melhores práticas relacionadas a isso, dentro e fora do país, o que a literatura falava, e que boas práticas meus alunos de pós graduação, de palestras e de cursos que eu ministro relatavam. Encontrei fatos impressionantes e muito interessantes, e todos convergiam para a mesma espinha dorsal, a escuta. Em geral, como você disse dos gestores, as pessoas lembram das experiências mais traumáticas. “Eu tentei dizer isso para você no projeto, você nem me escutou”. Isso acaba sendo um feedback, um grande feedback, coisas que poderiam ter sido resolvidas de uma forma muito mais simples, se ao menos tivesse sido escutado. Sim, essa é uma habilidade de gestão fundamental. Aliás, habilidade de liderança. Estamos falando de comportamentos, de formas que o líder pode engajar seu time e não somente gerir o seu time. É engajamento, relacionamento humano puro.

Ok, muito obrigado!

Eu que agradeço.

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