Série Rodrigo Leite |2 de 6| – Como dar feedback

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Olá! Estou aqui com Rodrigo Leite, autor do livro “O poder da escutatória”, para falar como se dá um bom feedback. Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

Rodrigo, como é que uma pessoa pode dar um bom feedback?

Wagner, nessas pesquisas que realizei das melhores práticas relacionadas a feedback, eu vi que os melhores feedbacks acontecem quando eles vêm de forma genuína, humana e extremamente respeitosa. Para não deixar isso de uma forma romântica, do tipo que “é muito bonito dizer isso mas quero ver na prática”, eu criei uma analogia simples para ajudar as pessoas a entenderem sobre o como fazer isso.

Vamos começar pensando no seguinte: imagine que você precisa dar um presente para uma pessoa querida sua, uma pessoa que você estima bastante. Você foi convidado para uma festa, para uma formatura, para um casamento, enfim. Para dar um presente bom para essa pessoa você teve que conhecer bem essa pessoa, teve que se preparar, teve que sair a campo e fazer uma pesquisa de opções, ver se você tem os recursos disponíveis, se você tinha condições de pagar. E acima de tudo se isso vai ser útil para a pessoa.

Você teve que escolher a embalagem certa, cada presente tem a embalagem correta. De acordo com o presente o momento de entrega do presente também é muito importante, tem presentes que você pode entregar em público, são lindos, tem presentes que são íntimos, que só fica bonito se for você e a pessoa em particular. Cada presente traz consigo uma mensagem, a forma de entregar também é extremamente importante, é simbólica.

Pois bem, fazendo essa analogia, se você passa a considerar o feedback como um presente, você também vai ter que se preparar, você também vai ter que pensar nessa pessoa, conhecer ela, “será que o que eu vou dizer vai ser útil para ela? Será que é só útil para mim, ou é útil para ela? Será que eu posso falar sobre aquilo? Será que eu tenho condições técnicas e sou exemplo para cobrá-la sobre isso?”.

A embalagem, como eu disse, é muito importante, no caso do feedback ela também é. A forma como eu entrego para alguém esse feedback, será que eu entrego de pé, sentado? O tipo do presente também. Presentes íntimos e presentes públicos. Há feedbacks que são lindos quando feitos em público, como elogio, elogio é um tipo de feedback.

Uma crítica nós recomendamos que seja em particular, não precisa expor ninguém, é você e a pessoa. Então, fazendo essa analogia do presente o assunto acaba ficando mais palatável

Que reação que eu gostaria que a pessoa tivesse. Da mesma forma com um presente você entrega e faz um registro, faz uma selfie, chama o fotógrafo para registrar. No feedback também. No feedback você entrega e faz um registro. Se é um feedback formal você pode registrar um PDI, Plano de Desenvolvimento Individual, fazer um registro na sua agenda. Enfim, essa analogia do como, pensando naquilo que eu vou dar para ela tem que ser útil para ela e não para mim.

E do ponto de vista do espectador, daquele que recebe, quais dicas você poderia passar para esse presente ser bem recebido?

Puxa, que pergunta linda!

“Pergunta linda” é um feedback!

Porque realmente você precisa saber receber. Nós todos precisamos estar atentos. Eu costumo dizer que tudo é feedback. Tudo. O tempo todo estamos recebendo feedback. O tempo todo somos presenteados com mensagens se estamos indo bem ou não. Para quem recebe, se ele considerar que tudo é uma oportunidade de aprendizado a todo momento você aprende algo novo.

Por mais que seja algo que você não gostou de ouvir, de alguma forma veio para você, é uma mensagem para você, que você precisa aprender a interpretar. Dalai Lama diz que não importa a mensagem que você recebe, importa o que você faz com a mensagem que você recebe. Receber um feedback é uma arte. É uma arte de humildade, de atenção e acima de tudo de boa escuta, de escuta sem filtros, sem preconceitos, sem julgamentos. Acho que por aí pode facilitar a vida de quem recebe.

Em outras palavras eu tenho que receber esse presente e refletir para criar um aprimoramento.

Sem dúvida. Aprender a refletir, aprender a entender de que forma isso tudo se conecta com a minha vida. Porque há uma conexão. Partindo desse mesmo princípio, eu provo que não há feedback positivo ou negativo. Muitas pessoas dizem “isso é um feedback positivo, isso é um feedback negativo”. Não concordo com isso, eu penso que tudo é feedback. O que pode existir é a forma positiva e a forma negativa.

Eu posso te dar o mesmo feedback de uma forma que te construa e posso te dar o mesmo, com as mesmas palavras de uma forma que você saia arrasado. A mensagem é a mesma, a diferença está na forma. É importante refletir, com certeza, “porque isso veio para mim? O que eu preciso aprender com isso? O que eu ainda não fiz e que posso fazer? Qual flanco está aberto na minha carreira? Porque meus filhos estão agindo assim? Porque eu ainda ajo assim como pai? Porque eu, como gestor, ainda estou perdendo controle do meu time? Ou porque eu tenho que ter controle de tudo? Porque eu como gestor tenho que ter controle de tudo? Será que há controle para tudo?” São reflexões importantes que nós precisamos fazer, sem dúvida.

Ok, muito obrigado!

Eu que agradeço.

 

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