Você sabe como colher o máximo das experiências em suas capacitações? Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.
A aprendizagem experiencial tem sido definida de forma diferente por vários autores. Inclusive, tem sido utilizada como sinônimo de aprendizagem de descobertas, aprendizagem interativa, aprendizagem transformacional, aprendizagem ativa, aprendizagem por ações e aprendizagem baseada no cérebro.
Também, é utilizada de forma consciente ou inconsciente tanto na aprendizagem on the job, quanto na aprendizagem estruturada em sala de aula. Além disso, não é algo exclusivo de treinamentos corporativos, está presente na educação formal.
Independente da sua definição, três elementos são comuns. Primeiro, é fundamental que exista uma experiência significativa que sirva de insumo para o aprendiz atuar. Segundo, é necessário que exista uma oportunidade de reflexão para se interpretar a experiência e as emoções associadas a ela. Terceiro, o aprendiz deve decidir o quê e o como ele pretende mudar no futuro, seja lá aplicando algum conhecimento novo, ou transformado sua maneira de agir.
Veremos sete dicas para intensificar os resultados da aprendizagem experiencial.
Primeira dica, escolha experiências ricas e envolventes. A aprendizagem precisa ser contextualizada, logo o contato com eventos reais tornará a vivência mais significativa. Como exemplo, em uma trilha de desenvolvimento da liderança podemos tirar um período para que os participantes atendam clientes reais. Ou escutem reclamações do atendimento, para desenvolverem genuinamente a competência de foco do cliente.
Segundo, encoraje o protagonismo e a colaboração. Sem a participação dos aprendizes não há aprendizagem experiencial. Sendo assim, é necessário explicitar os ganhos da atividade e o papel dele no processo. Também é fundamental reservar tempo para a vivência da experiência e reflexão posterior. O potencial da atividade pode ser alavancado com atividades em grupo e que permitam a contribuição dos pares ao longo do processo.
Terceiro, crie um ambiente positivo de aprendizagem. Os participantes precisam se sentir confortáveis e seguros para se dedicar às atividades. Também, devem se sentir livres para experimentar e provar novas coisas, abertos para novas ideias e questionamentos, assim como livres para explorar e errar.
Quarto, complemente a experiência com recursos de aprendizagem. Materiais impressos e recursos de consulta online podem contribuir no suporte da implementação do plano de aprendizagem e na memorização dos tópicos essenciais. Como exemplo, podemos estruturar job aids, como checklists e passo-a-passo.
Quinto, prepare os designers da aprendizagem e os facilitadores. A aprendizagem experiencial possui uma lógica invertida da forma tradicional de se ensinar. Sendo assim, há menos foco no conteúdo e o papel do facilitador é em promover mais moderação, interação e dinâmica. Desenhar esta sequência de experiências e questões norteadoras que levarão à descoberta é algo que necessita bastante pesquisa e planejamento. Também, o facilitador possui um perfil específico e deverá ser capacitado adequadamente.
Sexto, utilize autoavaliação. Se temos o aprendiz como protagonista, também precisamos tê-lo como verificador de seus resultados individuais. Até porque cada plano de aprendizagem será diferente. Por outro lado, também é bem-vinda uma certa organização e uma prazo para seu acontecimento, caso contrário a autoavaliação poderá nunca acontecer.
Sétimo, crie pontos de interação. Para que a aprendizagem não seja um evento, e sim um processo, tente espaçar algumas atividades do ciclo de aprendizagem experiencial. Ou mesmo crie um ponto de checagem do plano de aprendizagem. Estes pontos contribuirão tanto para a memorização dos aprendizados, quanto para a execução das atividades traçadas pelos participantes.
E para conhecer mais sobre o assunto, veja os cafezinhos: Cinco fatores da aplicação de novos conhecimentos e o Ciclo de aprendizagem experiencial de Pfeiffer e Jones. Ou navegue na série Aprendizagem on the job que traz experiências bacanas para colocar este conceito em prática.
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