O que fazer e quanto tempo dedicar em atividades instrucionais

Compartilhe!

Orientar o trabalho dos facilitadores em sala de aula pode alavancar a aprendizagem dos participantes, mas você sabe qual a sequência ideal? Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

O modelo ROPES, que faz referência e simplifica os nove eventos de instrução de Robert Gagné, traz uma orientação simples para organizar as atividades em ações tradicionais em sala de aula.

Apresentaremos as cinco fases do modelo, explicitando as principais atividades associadas a cada uma e dimensionando uma duração idealmente recomendada.

Na primeira fase, “R”, do inglês “Review”, que significa “Revisão”, o facilitador deve buscar ganhar a atenção e estabelecer o relacionamento com os aprendizes, resgatar experiências e conhecimentos prévios dos participantes e revisar conceitos-chave e tópicos anteriores, caso seja um módulo sequencial, ou que tenha sido realizada alguma atividade de prework.

Esta fase prepara os participantes para a atividade e potencializa a capacidade de memorização, ampliando as conexões cognitivas possíveis. Assim, o facilitador deve conduzir diálogos do tipo: “Tal fato já aconteceu com você?”, “Lembra quando você estava nesta situação.”, “No encontro anterior, abordamos tal assunto”.

Em termos de consumo de tempo, esta fase deve ser rápida, algo como 5 a 10% do tempo da instrução.

Na segunda fase “O”, do inglês “Overview”, que significa “Visão Geral”, o facilitador deve estabelecer os objetivos de aprendizagem, a agenda para o dia e pactuar expectativas. Também, deve destacar a relevância e utilidade dos novos conhecimentos e habilidades para não só reforçar a atenção na memorização, mas também motivar a posterior aplicação e mudança de comportamentos.

Assim, é importante o facilitador mencionar que “ao final desta ação, você será capaz de…”, “hoje veremos tais conteúdos e teremos tal atividade”, “esperamos que no seu trabalho você consiga desempenhar tal atividade”.

Esta também é uma atividade breve, deve consumir algo como 10 a 15% do tempo da instrução.

A terceira fase “P”, do inglês “Presentation”, significa “Apresentação”. Aqui o facilitador deve ensinar o que os aprendizes precisam saber, apresentar exemplos e casos e realizar demonstração de uma determinada tarefa, ou procedimento, quando assim for necessário.

Nesta fase é importante reforçar o ditado: Menos conteúdo, mais retenção”. Logo devemos limitar o tempo desta fase em algo como 25 a 35%. O conteúdo deve ser limitado ao fundamental para se atingir os objetivos de aprendizagem.

A quarta fase “E”, do inglês “Exercise”, significa “Prática ou Exercício”. Esta é a principal fase e é onde os participantes constroem seus próprios conhecimentos e despertam as novas habilidades. Assim, o papel do facilitador é conduzir a aplicação, a prática e a discussão, utilizando dinâmicas, estudos de caso e simulação e provendo feedback do desempenho e da evolução dos participantes.

Como atividade central, deve ser dedicado algo como 35 a 50% do tempo da instrução. Recomendamos ter em mente, no início do desenho da atividade instrucional, em reservar a metade do tempo para a prática, assim você garantirá que esta importante etapa seja compreendida antes que os tópicos de conteúdo ocupem todo o tempo disponível.

A quinta e última fase “S”, do inglês “Summary”, significa “Síntese ou Sumário”. Aqui o facilitador deve conectar os objetivos de aprendizagem, conteúdos vistos e atividades percorridas para extrair significado da experiência e estimular a adoção do novo comportamento no dia a dia de trabalho. Se houver continuidade da ação ou um novo encontro, o facilitador deve promover a transição para os próximos tópicos, reforçar a expectativa e incentivar a implementação e transferência para a prática.

O tempo aqui também é breve, algo como 5 a 10%.

Bem, estas foram as 5 fases do modelo ROPES. Esperamos que você possa adotá-lo no planejamento de suas aulas presenciais. Também, estude a possibilidade em adotar uma solução híbrida e o conceito da sala de aula invertida para alavancar ainda mais a efetividade de suas ações.

Caso tenha gostado deste cafezinho, não esqueça de curtir este vídeo e compartilhar com seus colegas no trabalho! Até mais!

Compartilhe!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *