Videoaula ou treinamento virtual?

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Você está indeciso entre produzir uma videoaula ou agendar uma aula via webconferência? Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

Por conta do distanciamento social causado pela covid-19, em 2020 diversos gestores de educação corporativa perceberam um grande salto no consumo e na adesão da sua oferta de ações de educação a distância. Assim, neste período os cursos de elearning tiveram mais acessos e os treinamentos virtuais tiveram mais turmas e presenças.

Com o prolongamento da situação, muitos deles estão com o desafio de ampliar esta oferta e migrar suas ações presenciais para o digital de forma permanente. Daí vem a pergunta: que formato usar?

Neste cafezinho, discutiremos a escolha entre a produção de videoaula e a realização de treinamento virtual. Elencamos cinco critérios que ajudarão a fundamentar melhor a sua decisão.

O primeiro critério é a natureza do conhecimento e o objetivo de aprendizagem. Se estamos abordando algo simples e informacional, uma videoaula atende muito bem. Agora, se estamos abordando algo complexo ou prático, daí um treinamento virtual seria mais apropriado.

Da mesma forma, se buscamos objetivos da base da taxonomia de Bloom, como a memorização e a compreensão, videoaulas funcionam bem, até porque são expositivas. Por outro lado, se buscamos objetivos de aplicação e análise, por exemplo, daí a interação e a prática guiada tornam necessária a atuação de um facilitador via treinamento virtual.

O segundo critério é a preferência dos aprendizes. Entre os diversos elementos presentes aqui, um que merece destaque é o protagonismo na aprendizagem. Será que precisa existir um evento com hora marcada e a figura de um professor para guiar a aprendizagem, ou há autonomia e disciplina para que os aprendizes avancem sozinhos? Qual é o grau de segurança e suporte necessários ao longo deste processo?

Outro elemento relacionado ao aprendiz é o nível de proficiência. Será que todos os participantes estão na mesma página, ou precisamos criar recursos e atividades para nivelar o conhecimento?

Videoaulas funcionam melhor em uma lógica de aprendizagem adaptativa e de autosserviço, enquanto treinamentos virtuais ditam um ritmo de aprendizagem comum a todos. Enfim, qual é a mais apropriada a sua audiência e ao seu caso?

Os próximos três critérios estão relacionados a gestão de projetos aplicados ao design de aprendizagem e são: tempo, recurso e qualidade.

Em Tempo, precisamos considerar três aspectos: longevidade do conteúdo, velocidade de produção e sincronismo. Afinal, qual é a duração da vida útil do conteúdo? Se estivermos abordando algo mais imutável e permanente, videoaulas terão preferência. Agora se estivermos abordando algo mais perecível, treinamentos virtuais são mais apropriados.

Qual é a expectativa das pessoas para terem acesso ao conteúdo e às atividades de aprendizagem? Em geral, videoaulas demandam mais tempo para serem produzidas, pois envolvem alguns profissionais em diversas etapas, da produção do conteúdo, elaboração de roteiro, até a gravação e edição final. Já o treinamento virtual, em geral o facilitador é o próprio conteudista, logo o tempo para migrar o conteúdo e iniciar o agendamento das turmas para o novo ambiente é reduzido.

Por fim, faz diferença se as pessoas terão acesso ao conteúdo e atividades de aprendizagem ao mesmo tempo? Se sim, o treinamento virtual tem a característica de ser síncrono. Agora, se não, a videoaula com sua característica assíncrona permite que cada um possa fazer em seu tempo e na sua velocidade.

Em Recurso, consideraremos o investimento e o custo marginal. Para realizar uma turma de treinamento virtual, temos basicamente os desembolsos para as horas do facilitador e uso da ferramenta, que provavelmente é uma despesa fixa.

Para produzir uma videoaula, o investimento inicial é mais elevado e geralmente envolve mais pessoas, porém se for amplamente consumido ao longo do tempo, seu custo por cada visualização poderá ser até menor que a do seu equivalente. Por isso é sempre importante considerar a escalabilidade para tomar esta decisão.

Em Qualidade, estamos abordando o serviço e o produto. Pela lógica, um recurso único como uma videoaula tem mais chances de produzir uma qualidade padrão, que pode ser mais bem gerenciada e aprimorada do que diversos facilitadores conduzindo o treinamento com diferentes estilos.

Estas variáveis estão intimamente integradas e obviamente possuem diversas exceções, até porque a videoaula possui uma ampla gama de opções de investimento. Pode ser feita com a câmera de um computador e celular, ou até mesmo ser feita em um estúdio com atores profissionais, capturas de imagem no trabalho e animações especiais.

Obviamente, a migração do presencial para o digital já está definida. Precisamos neste momento, checar qual das opções traria maior sucesso e em que dosagem. A recomendação é que não se tenha a polarização dos formatos. A estratégia de aprendizagem deve ser híbrida e enriquecida com outros recursos e atividades para se tornar mais dinâmica, ativa e significativa!

Pronto para iniciar a migração do seu portfolio de aprendizagem? Então consulte nossa seção de design de aprendizagem para consultar diversas outras coisas úteis para você! Até mais!

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2 comentários sobre “Videoaula ou treinamento virtual?

  1. Muito Bom artigo.. O que eu complementaria é a visão de que A QUALIDADE de uma vídeo aula, não é necessariamente maior do que um treinamento virtual, pois a vídeo aula não responde diferente para cada aprendiz, já o treinamento virtual, como tem o contato pessoal, acaba gerando uma personalização do conteúdo. Muito boa reflexão.

    1. Olá Luiz, obrigado pelo comentário. Sim, tudo isso depende da definição do que é “qualidade”. Quando ele foi mencionado no texto, referia-se ao fato de ser planejado mais minuciosamente, contar com mais recursos de áudio/imagem, como uma animação, ser editado, entre outros fatores. Quando apropriado e bem pensada, a interação poderá levar à personalização e à melhoria da experiência sem sombra de dúvidas. Obrigado!

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