Agora que você já sabe o que é working out loud, você quer descobrir como implementar? Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.
No cafezinho anterior, apresentamos o que é o working out loud, um método bastante simples que pode intensificar a colaboração e a troca de conhecimento em sua organização, contribuindo também para o desenvolvimento das pessoas.
Contamos brevemente a experiência e os resultados obtidos no Grupo Bosch. Neste cafezinho, exploraremos como o método foi implementado nesta organização e discutiremos alguns obstáculos a serem superados.
Primeiramente, o Grupo Bosch definiu uma proposta de valor para os colaboradores e para a organização que conectava a motivação dos indivíduos com a estratégia do negócio. Junto com as ações de comunicação, adotaram uma plataforma de colaboração para suportar as comunidades e as postagens das pessoas chamada “Bosch Connect”. E os interessados se inscreviam para participar e serem formados pelo “WOL Circle Program”.
O Círculo WOL é um grupo de confiança e de suporte de pares com 4 ou 5 pessoas que se encontra ao longo de doze semanas. Cada encontro virtual ou presencial tem a duração de uma hora e conta com guias simples para evoluir o progresso na direção dos objetivos que cada pessoa definiu no início e construindo relacionamentos associados.
Os guias para cada encontro estão disponíveis em português no endereço: www.workingoutloud.com/wol-portuguese e foram gentilmente traduzidos ao português por Tiago Caldas e outros voluntários.
Como toda prática de aprendizagem informal e social, o principal desafio é em como tornar isso um hábito e parte do dia a dia das pessoas no trabalho, por isso mais do que explicar seu funcionamento e detalhar as instruções, contar com estes breves encontros por um certo tempo reforça a permanência do comportamento.
Além deste programa, o Grupo Bosch incluiu o working out loud em seu processo formal de onboarding para que todos os novos colaboradores compreendessem como aprender a ser um membro ativo nas redes da organização. Criou o “WOL for Leaders”, uma espécie de programa de mentoring reverso individual voltado para a liderança. Promoveu congressos anuais internos chamados “WOLCON” e liderou a criação da comunidade de prática sobre o tema envolvendo diversas outras empresas alemãs, juntamente com John Stepper.
De forma geral, alguns cuidados precisam ser observados e enfrentados.
De um lado a baixa contribuição provocada seja pela timidez, falta de aptidão tecnológica na plataforma, ou mesmo uma cultura de pouca autonomia e até mesmo punitiva. Neste caso, além das ações vistas no caso, incentivos e um programa de mudança organizacional precisam ser estabelecidos, assim como contar com o exemplo e participação da alta liderança.
Por outro lado, o excesso de contribuição, envolvendo o vazamento de conhecimentos críticos, exposição de pessoas e de problemas mais sensíveis da organização. Nesta situação, normas de conduta e etiqueta devem ser elaboradas juntamente com as regras de compliance, além de contar com um canal direto para reportar mensagens negativas. Também, deve ser observado se o excesso de colaboração por demandas simples não é uma carência de um processo mais básico de formação, afinal tudo em exagero faz mal!
Embora tenhamos destacado uma implementação corporativa, qualquer profissional pode individualmente cultivar o hábito de criar e nutrir uma rede virtual de colaboração.
Caso queira saber mais, você pode encontrar mais informações no novo livro publicado por John Stepper, ou em seu website, inclusive há um espaço para você participar ou criar um círculo virtual.
Bem, esperamos que tenha curtido a ideia e que busque praticá-la em seu dia a dia. E para conhecer outras práticas de aprendizagem, explore nossa seção de design de aprendizagem. Até mais.
Fontes consultadas:
Stepper, John: Working Out Loud: For a better career and life, 2015.
Working Out Loud @ Bosch, publicado em 5 de junho de 2017 no Linkedin.
Stepper, John: Working Out Loud: A 12-Week Method to Build New Connections, a Better Career, and a More Fulfilling Life, 2020.
