Olá, estou aqui com Ricardo Catto, Consultor e Diretor do Inner Development Goals Brasil. Vamos falar sobre desenvolvimento interior para as ODS. Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.
Primeiro, vamos falar sobre os desafios das ODS?
As ODS são algo que as nações decidiram criar uma agenda para atender às pressões da sociedade e às pressões do planeta. São Os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e, desde 2015, no Acordo de Paris, temos metas de desenvolvimento que todas as nações deveriam estar perseguindo.
Sim, é isso mesmo. Sabemos que estamos avançando muito lentamente em cada uma dessas metas. Isso principalmente pela complexidade que esses temas estão envolvidos. A redução da pobreza, bem-estar e saúde para todo mundo, as questões das mudanças climáticas, da infraestrutura sustentável… São vários temas de muita complexidade.
Cada país, cada empresa, cada organização que está tentando encontrar os caminhos está enfrentando a dificuldade de encontrar soluções na escala necessária para dar respostas na velocidade que a gente precisa. Por exemplo, na questão climática, não ter o aumento acima de 1 grau da temperatura média do planeta.
E qual que é a relação, ou melhor, a contribuição do desenvolvimento interior para alcançar as ODS?
Alguns pesquisadores começaram a fazer uma reflexão sobre por que nós não estamos avançando tanto na agenda. Que competências as lideranças empresariais, lideranças de governo deveriam estar desenvolvendo para avançar mais com iniciativas mais efetivas e de escala para resolver as questões?
Percebemos que um elemento importante é a questão da colaboração entre entidades, entre instituições. Essa colaboração depende muito de relações de confiança. Nós precisaríamos trabalhar muito mais em colaboração do que em competição. Às vezes estamos mais competindo do que colaborando. E quando a crise aumenta, esse instinto de autopreservação nos faz ser mais egoístas e cuidar de si do que colaborar no cuidar do outro.
A partir desse pensamento, você começou a levantar quais são as competências internas que lideranças, qualquer um na verdade, qualquer indivíduo e coletivamente, deveríamos nutrir para dar conta de um futuro sustentável em colaboração nessa escala global.
E aí o Inner Development Goals nada mais é do que um framework de competências. São 23 competências organizadas em cinco dimensões. É um caminho, uma forma de irmos olhar para dentro para ter novos resultados para fora.
E quais são as três principais competências que você acredita que são cruciais para o desenvolvimento?
Então, tem uma questão de autoconsciência, de autopercepção, de estado de presença. É muito do indivíduo. Ou seja, se eu não estou aqui presente, integral, contigo, eu posso estar pensando em outra coisa que está acontecendo aqui em volta. Talvez o telespectador esteja percebendo, mas eu me perderia nas conversas que estão acontecendo nos ruídos que estão aqui.
Estar em estado de presença é estar 100% do tempo conectado com aquilo que estamos fazendo. E cultivar esse estado de presença é um elemento fundamental.
Outra competência importante do desenvolvimento interior é desenvolver a capacidade de entender a complexidade. Para isso, eu preciso me abrir para a tomada de perspectivas. As perspectivas que as pessoas trazem sobre a realidade fazem parte da própria realidade. Então não existe uma verdade, não existe uma solução. Existe um combinado de novas soluções.
E a terceira competência?
Tem a ver com construir confiança nas relações. A confiança nas relações depende muito de compaixão. Depende muito da relação humana de coração para coração. Para que a gente consiga estabelecer uma relação de confiança para colaborar, co-criar, agir no mundo de forma conjunta.
Então essas são as três competências que você acredita que são cruciais para o desenvolvimento interior?
Sim, podemos dizer que são os três blocos que eu juntei várias coisas aí para explicar cada um desses blocos.
Muito obrigado.