Série Reskilling  e Upskilling |1 de 3| Definição e importância 

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Olá, estou aqui com Laura Constantini da Astella Investimentos e com Luis Novo da Skore. Nós teremos aqui uma mesa redonda para falar sobre  reskilling  e  upskilling. Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3. 

Tudo bem, Laura? Tudo bem, Luis? 

Primeira pergunta, qual é a diferença do  reskilling  e do  upskilling? 

[Laura] Só voltando um pouco, quem cunhou este termo foi o World Economic Forum com a ideia de como a quantidade enorme de trabalhadores que estavam ficando obsoletos poderiam ser reintroduzidos na economia.  

O conceito de  reskilling, inicialmente, era como fazer para aquelas profissões que seriam extintas… a economia pudesse reincorporar estes profissionais de alguma forma. Aí veio o termo  reskilling. 

O  upskilling  é o esforço de manter atualizado, dado que as demandas de conhecimento e de aptidões vão mudando em uma velocidade muito maior, hoje em dia. Como estas pessoas se manteriam atualizadas dentro das suas próprias carreiras. Esta é a diferença entre  reskilling  e  upskilling. 

[Luis] As duas tem a ver com velocidade de mudança. Então, enquanto você tem uma posição mudando muito rápido de vendedor. O vendedor está mudando muito o tipo de profissão. O profissional que fazia vendas a 10 anos precisa  upskill  para continuar sendo um bom vendedor hoje, porque as habilidades de um bom vendedor estão mudando. 

Agora se você pegar uma caixa de banco, esta é  uma profissão que está sendo extinta. A ideia do  reskill  desta pessoa é como eu pego o que ela já sabe e uso isso como uma base para construir novos  skills  nela para ela virar, de repente, uma gerente de conta e transformar ela desta carreira que ela está para um outra porque esta vai morrer. 

Estes dois termos vieram para ficar ou são coisas passageiras, afinal, o que está acontecendo no contexto para justificar a relevância destes dois assuntos? 

[Laura] Acho que veio para ficar e cada vez mais ser aprimorado a forma como as pessoas acessam o conhecimento e aprendem. Esta é uma questão super relevante da era que estamos vivendo. Tem conhecimento em abundância e como a tecnologia ajuda as pessoas a acessarem os conhecimentos que mais engajam cada indivíduo especificamente e dali por diante, como elas continuam a buscar aquilo que mais se adequa ao estilo delas. 

[Luis] Os termos fazem uma distinção importante, porque se você só fala em treinamento, treinamento é um termo que é usado para muita coisa. Você tem treinamento até de brigada de incêndio.  

Quando falamos de  reskilling  e  upskilling, estamos falando de um assunto muito sério, estamos falando da transformação para a vida, estamos falando de milhões e milhões de cargos que precisam ser reestruturados, senão a economia não vai conseguir absorver estas pessoas. O tema é importante para criar o senso de urgência que a palavra treinamento não criaria. 

[Laura] Tem outra coisa super importante que é colocar o indivíduo no centro do seu próprio processo. É uma tendência moderna na educação de engajar desde as crianças até o adulto a ser um condutor deste processo.  

Não ser algo de cima para baixo, imposto, o que você vai aprender, mas o que você quer aprender e como você vai aprender ser algo da escolha de cada pessoa, porque aí as pessoas fazem isto cada vez mais com prazer e a quantidade que se aprende é infinitamente maior do que a forma imposta. Tudo isto está relacionado a esta nova dinâmica em relação ao conteúdo que estamos vivendo hoje. 

A PwC publicou um relatório neste ano de 2019 que apontou que a falta de talentos e expertises críticos para a organização é a terceira principal ameaça de todas que envolvem o seu negócio. Afinal, por que  é um tema tão importante para as organizações? 

[Laura] Primeiro porque cada vez mais vai existir um gap grande entre o que as pessoas conseguem fazer e o que elas devem fazer. Porque, hoje em dia, se você for ver o universo das startups, a transformação das empresas de sair de um tamanho pequeno para um tamanho grande ela acontece em um espaço de tempo muito pequeno.  

A demanda e o desafio de cada indivíduo que faz parte dessas organizações são enormes, de aprender o conhecimento e aplicar aquilo desta forma tão acelerada. Obviamente as empresas incumbentes também precisam acelerar o processo de formação dentro delas para competir.  

Isto passa a ser um desafio muito grande para todo mundo. É este o contexto que vivemos, não só a tecnologia acelerando muito, porque você precisa aprender para usar a própria tecnologia, as próprias soluções, mas como estas organizações precisam ser transformadas para endereçar seus produtos para um público que é muito mutante. 

Impacta na inovação dela, no crescimento dela e na absorção e disseminação do produto dela no mercado. 

[Laura] Exatamente. 

[Luis] Falamos muito no Skore que o  reskilling  é o novo recrutamento. E por que isto? Se você pensar a tese principal que afeta hoje o mercado de trabalho é a robotização, seja a robotização mecânica ou a robotização algorítmica.  

O que a robotização faz em escala? Ela vai tirando do mercado de trabalho as posições que são repetitivas e que são substituíveis por máquina. Não é só o cara que martela o prego, estamos falando de contador, de advogados, as máquinas tomando várias posições do mercado de trabalho.  

O que sobra para uma empresa de hoje? Sobra o tal do  knowledge worker, o profissional que é capaz de lidar com o conhecimento, enriquecer o conhecimento, passar ele para a frente e assim vai. E sabemos que estes vão ficando cada vez mais escassos.  

Se eu tentar compor o meu quadro de funcionários só a partir do recrutamento e sair tentando recrutar gente da sua empresa, da sua empresa, da empresa dele, você tem que fazer a mesma coisa, então você vai ter que puxar gente da minha empresa, da empresa dele. Vira um  zero sum game (jogo de soma zero), ninguém vai ganhar se só ficarmos buscando talento pronto no mercado.  

Se quisermos prosperar e as nossas três empresas crescerem, temos que aprender a criar esta competência que precisamos dentro de casa. A empresa tem que aprender a ser autodidata se ela quiser prosperar deste jeito. 

Luis, Laura, muito obrigado. E para vocês que nos acompanham, nos próximos blocos vamos continuar com esta mesa redonda e vamos falar sobre o papel da organização e o papel da tecnologia no  reskilling  e no  upskilling.  Até mais! 

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