Dependência ou protagonismo na aprendizagem?

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Você acha que as pessoas são protagonistas do seu desenvolvimento ou são dependentes da organização que trabalham? Olá, eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3. 

A pesquisa Deloitte Global Human Capital Trends do ano de 2020 perguntou para os quase 9 mil respondentes: Qual é a entidade na sociedade que você acha que é a responsável primária pelo desenvolvimento da força de trabalho?

Os respondentes poderiam escolher até duas opções entre as alternativas. Em primeiro lugar, estavam as organizações com 73% de votos. Em segundo lugar, estavam os indivíduos com 54%. Em terceiro lugar, as instituições de ensino com 19%. Em quarto lugar, o Governo com 10%. E em último lugar as associações profissionais com 8%.

Pelos resultados podemos apontar a percepção de que as organizações têm o papel de provedoras do desenvolvimento das pessoas e que também falta protagonismo dos indivíduos, já que quase ¾ disseram que as organizações são as responsáveis primárias e que quase metade não se sente responsável pelo seu próprio desenvolvimento.

Este dado é preocupante e destaca a terceirização da responsabilidade e o acomodamento das pessoas para se desenvolver, sendo que o contexto e as principais tendências apontam para a direção contrária.

É válido mencionar que no final do século passado, o mesmo fato ocorria com a gestão da carreira, que deixou de ser gerida pelas organizações e passou a ser de responsabilidade dos indivíduos.

Quem não se apropriou da gestão de sua própria carreira, provavelmente estagnou o seu crescimento e ficou para trás. Da mesma forma, quem não se apropriar do seu desenvolvimento terá sua empregabilidade comprometida em um futuro breve.

Até porque cada vez mais observamos o “Eu S.A.” ganhando força, sobretudo com os novos arranjos de trabalho e as estruturas em rede. Também, os conhecimentos e as competências são cada vez mais de posse das pessoas e replicáveis em outras organizações. Isso tudo, sem contar com a infinidade de opções para se desenvolver na inernet.

Para reverter este cenário, sugerimos que as organizações conduzam cinco ações:

  1. Promover o protagonismo na aprendizagem. A organização precisa conduzir ações de conscientização para que os colaboradores compreendam as mudanças e as novas expectativas.
  2. Criar indicadores de aprendizagem. Enquanto a aprendizagem não for materializada em métricas, ela não será levada à sério. Logo é preciso associá-la às metas individuais e até coletivas para ela começar a ser gerenciada. Em outras palavras, se ela é importante, então precisa ser medida e acompanhada.
  3. Adequar as políticas de gestão de pessoas. Neste ponto temos que modificar subprocessos de RH para começar a contratar, a reconhecer e a promover as pessoas que consigam atingir resultados de desempenho e também de desenvolver o seu potencial.
  4. Proporcionar recursos e atividades de livre iniciativa. A dependência tem como causa raiz a impressão histórica de que a organização é a provedora universal dos treinamentos. Ao promover autonomia, as pessoas são tratadas de forma adulta e passam a experimentar suas escolhas e a ganhar gosto por se autodesenvolver, perpetuando este comportamento como um novo hábito.
  5. Cultivar e promover uma cultura de aprendizagem constante. Não só de recursos estruturados uma pessoa aprende, na verdade precisamos até explorar mais suas trocas e sua aprendizagem pelo trabalho, conforme trabalhamos no modelo 70:20:10.

E você? O que você tem a dizer sobre o assunto? Sua organização possui os estímulos adequados à promoção da heutagogia e da cultura de aprendizagem?

Bem, no canal Espresso3 você encontrará diversos recursos para amadurecer esta reflexão. Até mais! 

Fonte citada: 2020 Deloitte Global Human Capital Trends

Resumo da aula sobre Dependência ou protagonismo na aprendizagem?

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