Esqueça o mentor e busque um patrocinador (sponsor)

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Quer acelerar o seu desenvolvimento e turbinar sua carreira? Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

Sylvia Ann Hewlett, autora do livro “Forget a mentor, find a sponsor”, defende uma forma de acelerar o desenvolvimento de sua carreira por meio do sponsorship, do inglês: patrocínio.

Hewllet teve inspiração em sua própria história, já que foi uma de seis filhas em uma pequena cidade mineira em decadência na Inglaterra. Seu pai foi o primeiro a patrociná-la e o esforço da jovem fez com que ela ingressasse na Universidade de Cambridge em uma época onde os movimentos de igualdade de gênero ganhavam expressão. Depois disso, diversos outros sponsors permitiram com que ela pudesse demonstrar seu trabalho e continuar sua evolução na carreira.

Antes de avançarmos, é importante compreender as semelhanças e diferenças entre mentoring e sponsorship.

Como semelhanças, ambas proporcionam conselhos, orientações e feedbacks e também podem abrir novas portas. Contribuindo assim, para o desenvolvimento do indivíduo e de seu crescimento na carreira.

Como diferenças, o mentor é desempenhado por um executivo ou uma pessoa experiente que está propensa a ajudar e a oferecer suporte ao aprendiz. O mentor contribui para o engajamento e a construção confiança, oferecendo empatia e um ombro amigo, com poucas expectativas de retorno desta relação, a não ser a aprendizagem e a própria satisfação em orientar.

Já no sponsorship, a relação é transacional, ou seja, o sponsor é um executivo, que em geral possui certa relação hierárquica com o aprendiz, ou protégé. Ele acredita em seu potencial e está disposto a apostar e defender sua promoção nos fóruns formais e informais da organização.

O sponsor oferece desafios, autonomia, espaços de atuação e recursos. Encoraja a pessoa a assumir riscos e oferece retaguarda se algo não vai bem. Em troca, demanda alta performance e lealdade, e obtém visibilidade por conta de seu êxito e expansão de influência, quando seus patrocinados sobem na estrutura organizacional.

Como é possível perceber pelas diferenças, a relação de interdependência é maior no sponsorship. Enquanto o mentor guia o aprendiz e conversa sobre os seus desafios sem necessariamente estar comprometido com eles, o sponsor vivencia os desafios no mesmo barco, assume riscos e possui alto interesse em seu sucesso, pois isso também o beneficia.

Sponsorship é uma aliança profundamente produtiva e que proporciona “fast-track”. Assim, estas relações deverão apresentar maior confiança e lealdade. E como os desafios deverão ser maiores, as oportunidades de desenvolvimento serão mais intensas e o crescimento será mais acelerado.

Por outro lado, mesmo que seja parte do trabalho, o número de sponsors é mais limitado em uma organização, bem como é restrita a capacidade deles patrocinarem jovens líderes por conta da energia e do tempo dispendidos. Já o mentor pode aconselhar diversas pessoas, podendo ele mesmo ser uma pessoa externa à organização.

E como a quantidade de sponsors é pequena e funciona como moeda de troca, o jovem líder deve entregar muito antes de receber. Para ser elegível, ele precisa performar acima da média, ser confiável e fiel, entregar um trabalho visível e ter ambição para construir sua marca profissional.

O sponsorship é uma fábrica de líderes na organização e impacta a produtividade, a retenção de talentos e pode ser uma poderosa ferramenta de gestão da diversidade, se bem conduzido pela área de RH.

E para finalizar, pense em quem seria seu sponsor ideal? Ou mesmo quem você patrocinaria e como? E caso seja da área de RH e educação corporativa, pense em como estruturar esta lógica dentro de sua organização!

Fonte: Hewlett, Sylvia Ann. Forget a Mentor, Find a Sponsor: the new way to fast-track your carreer. Boston: Harvard Business Review Press, 2014.

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