Em nosso primeiro vídeo da série gravada no CBTD 2018, conversamos com Rogério Machado, Gerente de Treinamento da FCA, sobre o uso da gamificação para promover o reconhecimento de membros da equipe e a busca de resultado.
Olá, voltamos aqui diretamente do CBTD 2018 e meu próximo convidado é o Rogério Machado da FCA, nós vamos falar sobre gamificação para resultados.
Eu sou o Wagner Cassimiro e este é o Espresso3!
Tudo bem Rogério?
Tudo bem Wagner.
Rogério, por que a FCA decidiu adotar a gamificação para promover o reconhecimento e a busca por resultados?
É interessante. Quando olhamos o nosso universo, falamos de 750 concessionários, 22.000 profissionais que se relacionam todos os dias com os nossos clientes. O que acontece? Quando um cliente vai a uma concessionária da FCA, dando um exemplo, para comprar um carro da FIAT, ele não compra necessariamente, não fala diretamente com a nossa marca. Mas esses profissionais que trabalham dentro da concessionária são os responsáveis por transmitir aquilo que nós somos como marca.
Quando olhamos para estes profissionais que no dia a dia desempenham um trabalho fantástico, reconhecê-los faz parte de uma cultura de sucesso. O profissional valorizado e reconhecido gera resultados. Por isso da gamificação.
Trabalhando este método queríamos chegar nos melhores profissionais que atuam dentro da nossa rede de concessionárias.
Agora, me explica especificamente como funciona a gamificação.
Bem, o que fizemos? Buscamos todas as referências de serious games, que é onde você trabalha a gamificação séria, onde colocamos desafios, tarefas e vamos fazendo junto da gamificação o ranqueamento.
Colocamos desafios. Primeiro momento é durante seis meses utilizando um quiz, então as perguntas eram voltadas para o nosso produto, para a nossa história, para os nossos processos e os profissionais de forma voluntária se engajavam em responder estas perguntas. Fomos durante seis meses mapeando aqueles que tinham maior conhecimento dentro desses desafios. Tivemos fase de repescagem, várias outras, então eles buscavam a cada vez aprimorar o seu conhecimento. Partindo desta avaliação, que foi o primeiro momento, criamos uma final presencial. E esta final presencial foi muito divertida, pois aplicamos três métodos, primeiro a gamificação, trabalhamos também o story telling e o RPG.
Não bastava só a metodologia de desafios, precisávamos contar uma história, pois o profissional precisava entrar na história, precisava entrar no dia a dia de uma concessionária para que pudéssemos avaliar as suas competências no dia a dia. Então, como o vendedor atende, como o consultor de vendas vende um carro, como um gerente faz a gestão do negócio. O Story telling entrou nisto, onde trouxemos referências do que temos de treinamento em gestão, atendimento, que fazem parte da nossa academia e colocamos também o RPG.
Foi uma parte muito divertida Wagner, pois contratamos uma série de atores que tinham a responsabilidade de assumir o papel de personagens e interagir com os jogadores. Os jogadores não faziam a mínima ideia do que ia acontecer e começamos, junto do avaliador, a entender o comportamento, o conhecimento e como isso classificava eles até chegar nos melhores do Brasil.
Qual é o nome do jogo?
Game of talents.
Alguma explicação?
Nos espelhamos um pouco em um grande seriado que existe e a ideia era buscar um pouco disto, através de um jogo de desafios, encontrar nosso grande talento da nossa rede de concessionárias.
Legal! Agora vamos ao que mais interessa para nosso empresário! Quais foram os impactos que vocês conseguiram alcançar com esta ação?
Vou destacar dois. Um é extremamente tangível e o outro está nas histórias.
O primeiro deles é em relação aos resultados de negócio. Era uma das preocupações, pois se falamos de Educação Corporativa, trazer resultados para o negócio é extremamente importante. Tínhamos um cenário que era uma atualização das metodologias de ensino a distância, então novos objetos educacionais foram inseridos na nossa academia e tínhamos uma preocupação, que as pessoas começassem a entender e engajar neste novo conceito de ensino a distância. Então a gamificação nos ajudou a transformar este comportamento utilizando as ferramentas de ensino a distância. Posso te dizer que o engajamento nas ferramentas de ensino a distância aumentou 65% durante o período do game que foram de oito meses.
Resultados de negócio. Começamos a mapear concessionárias em que o grupo de profissionais estava engajado no game versus aqueles concessionários que não estavam participando ou seus profissionais estavam jogando. Nós temos uma série de indicadores de negócios que falamos de participação de mercado, satisfação do cliente, rentabilidade e estes resultados em 66% dos concessionários eram melhores e evoluíram frente aos demais. O que observamos? O pessoal começou, além de aprender, praticar e o negócio da concessionária também começou a evoluir.
Tem um outro número que é interessante, que às vezes não aparece em indicadores que é o reconhecimento e valorização das pessoas. Um entregador técnico de Juazeiro do Norte, começou a participar do game e os colegas, naquela brincadeira “Ah, você está perdendo seu tempo. Isto não dá em nada.”, pois o engajamento era voluntário e ninguém sabia de premiação. Ele disse “Quer saber? Vou jogar e vou aprender”. Conforme evoluía as fases ele ganhava pequenos mimos, certificado, boné, medalha e ele levava para casa, Wagner, e a mãe dele se enchia de orgulho de cada mimo que ele levava para casa. Ele se engajou e foi o grande campeão do game of talents. A parte mais legal foi que quando ele voltou para sua cidade, o dono da concessionária fez um outdoor com a foto dele, parabenizando pela conquista. Estes resultados não aparecem em nenhuma pesquisa, mas eu tenho certeza que para esta pessoa, a história dele foi transformada pelo conhecimento e pelo game que ele participou.
OK! Muito obrigado!
Eu que agradeço!