Série ICKM SUCEG 2019 |11 de 14| Inteligência artificial e gestão do conhecimento 

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Olá, voltamos ao ICKM e SUCEG 2019 e minha próxima entrevistada é Rosina Weber, professora da Drexel University e nós vamos falar sobre inteligência artificial e gestão do conhecimento.  Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3. 

Professora Rosina, vamos começar pelo básico. Afinal, o que é inteligência artificial e o que não é inteligência artificial? 

Ótimo. 

O que é? É um campo de estudo, normalmente dentro das ciências da computação, mas também estudado por engenharias e demais áreas relacionadas à computação. É um campo de estudo que o nome foi denominado em um workshop que aconteceu em 1956 em Dartmouth e é um campo de estudo dedicado ao projeto e desenvolvimento de agentes, software que são capazes de tomar decisões racionais. Tomar decisões racionais significa que estes agentes são capazes de executar tarefas. Tarefas do tipo, classificação, diagnóstico, planejamento, coisas assim. 

O que não é inteligência artificial? Não é o substantivo inteligência modificado pelo adjetivo artificial. Isso, como saiu recentemente no artigo da Science, que é uma das mais renomadas revistas mundiais, se errarmos a definição, podemos cometer grandes erros e entrarmos em discussões sobre inteligências artificiais, que não têm nada a ver com o assunto. 

De certa forma o mercado tem cometido este equívoco? 

Sem dúvida. É que abre a oportunidade para muita especulação. Coisas do tipo discussão de coisas como chamam de singularidade e não é esse o objetivo da inteligência artificial. Não é relevante para nós. 

A inteligência artificial é dividida em algumas ondas. Quais são e por que das diferenças? 

O Darpa, que é essa agência de defesa que, entre outras coisas, é responsável pela criação da internet, como sabemos e é razão suficiente para prestarmos atenção no que eles dizem. Eles criaram três categorias da inteligência artificial. 

A primeira, começando em 1956, quando o nome do campo de estudo foi criado, que terminou recentemente com este boom de dados. Hoje em dia existem estatísticas que em maio deste ano foram captados no YouTube, em média, por minuto, 500 horas de vídeo. Agora imagine, 500 horas de vídeo em 1 minuto. Não é mais humanamente possível absorver tudo isto.  

Isto deu vazão à segunda onda, que algo em viés de vários métodos de inteligência artificial que se usavam na primeira onda, o foco agora é dado em métodos que são baseados em dados para tratar grandes volumes de dado e dentro do que se chama aprendizagem de máquina, aprender conceitos e criar modelos que possam executar tarefas. Esta é a segunda onda. 

O problema desta segunda onda é que estes métodos para tratar tantos dados começaram a ficar mais e mais complexos para conseguir ter acurácia com um volume de dados tão grande. Estes métodos, então, apesar de todos terem sido criados na primeira onda, começaram a ter que ser desenvolvidos e algumas soluções serem dadas para que eles pudessem fazer isso tudo. Tiveram, então, duas consequências.  

Uma é que nunca os métodos de inteligência artificial tinham sido tão capazes. Hoje é possível fazer coisas que há pouco tempo só se ouvia falar em ficção científica. Por exemplo, se via muito séries criminais em que a pessoa tirava uma fotografia e depois ia examinar a fotografia, ia ampliar, ampliar, ampliar e chegava “Está ali o número de cartão de crédito”, que nem dava para ver na foto. Hoje na verdade é possível fazer com estes dados. Então, realmente eles são muito mais capazes.  

Entretanto, este aumento de complexidade tornou eles totalmente caixas pretas. Não se consegue explicar para um ser humano como se chegou naquela conclusão. Mesmo que seja possível determinar como se chegou àquela tarefa, àquele resultado, não é possível colocar em palavras que façam sentido. Daí o início da terceira onda. 

A terceira onda está se iniciando. Hoje ela é mais um problema do que uma solução. O objetivo da terceira onda da inteligência artificial é criar sistemas que sejam transparentes, que possam se explicarem com relação às suas decisões, mas fundamentalmente trabalharem com seres humanos como parceiros dos seres humanos. Já que não é possível que os seres humanos possam lidar com o volume de dados tão grande, a ideia é que os seres humanos passem a lidar com vários desses sistemas autônomos como uma forma de supervisão, porque se o sistema autônomo vier com alguma coisa errada o ser humano pode dizer “Não! Tem que se corrigir neste ponto”. É uma transformação muito grande a terceira onda da inteligência artificial. 

Esse evento está também abordando o tema gestão do conhecimento. Qual é a relação da inteligência artificial com a gestão do conhecimento? 

A ideia é a seguinte. Gestão do Conhecimento tem a ver com gestão, gestão é sobre tomada de decisão, tomada de decisão problemas, para executar processos em quaisquer grupos organizacionais ou não organizacionais.  

A inteligência artificial, através destes agentes inteligentes, é capaz de tomar decisão. A ideia da terceira onda é que se aprenda. Seres Humanos têm que aprender e temos que desenvolver os métodos de inteligência artificial o suficiente para que se possa fazer esta colaboração. E esta colaboração é gerenciamento, é gestão do conhecimento. O papel da inteligência artificial é realmente fundamental para o futuro da gestão do conhecimento e vice-versa. 

Nós vamos ver muita coisa aí em breve. 

Sem dúvida! 

Muito obrigado! 

Resumo entrevista sobre Inteligência artificial e gestão do conhecimento 

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