Até que ponto a sua bagagem de conhecimento pode atrapalhar o seu processo de aprendizagem? Olá, eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.
O Livro “Mente Zen, Mente de Principiante”, é uma das obras budistas mais buscadas no mundo. Elaborado a partir de registros de palestras do mestre Shunryu Suzuki, o livro aborda elementos essenciais à prática Zen.
Nele, a editora Trudy Dixon organiza os textos em três seções: prática correta, atitude correta e compreensão correta, que de certa forma correspondem respectivamente ao corpo, ao sentimento e à mente para aqueles que praticam a meditação.
Shoshin, a mente do principiante, é vazia, livre de hábitos, pronta a aceitar, a ter dúvidas e aberta para todas as possibilidades. Consegue ver as coisas como elas são e aos poucos consegue perceber a natureza original de tudo.
A “mente original” é rica e autossuficiente. A vacuidade da mente possibilita que esteja pronta e alerta para qualquer coisa e aberta a tudo. Assim, mesmo a ingênua questão “O que sou eu?” desperta um profundo processo de auto-observação.
Segundo os ensinamentos de Suzuki, “há muitas possibilidades na mente do principiante, mas poucas na do perito”. Por isso, gostaríamos de aprofundar a indagação sobre o desenvolvimento das pessoas.
Quando são novatas, enxergam beleza em tudo que aprendem e sem julgamentos se encantam com as novas descobertas com a energia e a graça de uma criança. Com o tempo, colocam conhecimentos em prova e atestam seus sucessos ou limitações. Após muita prática e experiência, as pessoas se tornam especialistas e passam a automatizar as decisões e adquirir crenças sólidas que simplificam a execução e norteiam sua ação.
O ponto é que o especialista cristaliza o conhecimento de tal forma que não se permite pensar diferente e enxergar novas possibilidades. Argumenta apenas com dados e informações que o fortalece e valoriza somente opiniões similares as suas, ofuscando a opinião divergente e sendo refratário a qualquer ideia contrária. No limite, ainda pode desqualificar conhecimentos de pessoas comuns e tornar-se presunçoso e até preconceituoso.
Nestas situações, a mente de principiante é um convite a novas oportunidades, mudanças e inovações. Ao enxergar atentamente com uma cabeça aberta e vazia, o especialista pode vivenciar um ciclo duplo de aprendizagem que questiona os pressupostos básicos e é capaz de rever preconcepções fortemente enraizadas.
Em tempos de constantes mudanças, não basta ser especialista, é preciso ser um eterno aprendiz. Precisamos adquirir uma postura positiva voltada à aprendizagem, que em outras palavras é um sinônimo de mudança e de adaptação. Precisamos resgatar nossa criança interna que curiosa aprende com tudo e com bastante diversão!
Então, permita-se assumir a mente de um principiante e comece a indagar as coisas que são óbvias para você. Também, nas interações, escute com a mesma atenção de que quando você era um novato no assunto. Certamente, você só terá a ganhar!
E para explorar outros assuntos ligados à aprendizagem e à educação corporativa, não deixe de assinar o Espresso3. Lá você encontrará outros conteúdos que o farão a pensar mais sobre este tema. Até mais!