Olá estou aqui com Valdirene Moser, docente do Senac São Paulo e nós vamos falar sobre mentes que lideram.
Eu sou o Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.
Valdirene, se a pessoa não nasceu líder, ela consegue desenvolver esta competência?
Sim, ela pode desenvolver a liderança. Na realidade ela tem todo o potencial para poder desenvolver esta liderança. Dentro da neurociência a gente fala um pouco de líder ideal. Falamos um pouco de idealismo. Então, o que seria o líder ideal? Seria aquele que teria o equilíbrio entre o seu cognitivo e o seu emocional.
Quando falamos em cognitivo, eu falo do nosso córtex pré-frontal. E quando falo do emocional, falo em um sistema, que é mais interno, em que falo do bottom-up, em que é um sistema emocional e eu tenho uma amplitude. Quando começo a desenvolver todo o potencial emocional que tenho, todo o equilíbrio que tenho, para em prol do desenvolvimento do outro e o meu desenvolvimento, consigo me transformar em um líder, mas um líder diferente. Um líder transformador.
E como funciona a cabeça de um líder? É interessante, quando a gente começa a falar nesses processos de liderança, que existem muitos treinamentos para a liderança e dentro destes treinamentos sempre passam o estigma do que é um líder. É um líder democrático, ortocrático, liberal, mas só que não passa um pouco essa filosofia. Quando participamos destes treinamentos muitas vezes começamos a desenvolver um sistema que nós chamamos top-down que é o sistema que está muito ligado ao nosso planejamento e dentro deste planejamento desenvolvo uma empatia que dentro da neurociência falamos em empatia cognitiva e tenho a empatia cognitiva, mas também tenho a empatia afetiva.
Quando começo a me comportar de acordo com aquilo que a sociedade quer que eu faça, estou desenvolvendo empatia cognitiva. Só que essa empatia cognitiva dura muito pouco tempo, pois ela é uma máscara, é personagem. Começo a me comportar como um personagem. A partir de um desequilíbrio fisiológico que começo a ter de acordo com as situações que vou passando, vou me desestruturar e a minha máscara vai cair.
Quando começo a compreender que este processo tem que ser embasado em cima de uma empatia afetiva, começo a me colocar no lugar do outro, começo a perceber que tenho erros, assim como o outro tem. Então, começo a interagir de uma maneira muito mais assertiva, provocando mudanças nestes comportamentos, inclusive no meu. Esta é a importância da empatia afetiva.
E como isso acontece na prática?
Algo bastante importante para um líder é que ele tem que entender a importância de uma mediação. Com a mediação começo a fazer com que existam mudanças cognitivas estruturais. Dentro da teoria da modificabilidade estrutural começamos a trabalhar em cima disto. Sempre dentro de um processo de mediação. A partir disto começo a trazer um sentimento de competência para as pessoas e elas começam a compreender as coisas através da experiência. E elas aprendem através da experiência. Quando um líder, na prática, como ocorre? Como ocorre a mediação? A mediação ocorre através de um processo de intenção. Eu tenho uma intenção quando eu falo alguma coisa. Eu tenho um objetivo quando quero transformar algum comportamento. Existe uma intencionalidade. Para que exista essa intencionalidade, para que esta intencionalidade seja realmente trabalhada, preciso de um processo de reciprocidade, o outro tem que estar aberto para aquilo que eu estou passando.
Quando ele está aberto eu gero este significado e ele transcende. Quando ele transcende é quando realmente essa aprendizagem ocorreu, é quando culmina a mudança do comportamento dessa mudança de estrutura de comportamento mesmo e daí todo mundo desenvolve, porque eu desenvolvo e ele desenvolve. Este é o princípio da liderança mediadora.
Então, líderes se desenvolvem e a equipe se desenvolve.
Todo mundo aprende junto.
E onde posso obter mais informações?
Através do portal do Senac São Paulo onde você tem um link para o acesso ao líder mediador e você pode baixar o e-book “Líder Mediador”.
Muito obrigado!
Obrigada!
