Pare de usar “reciclagem profissional”!

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Você sabe por que devemos eliminar os termos “reciclagem profissional” e “treinamentos de reciclagem”? Olá, eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

A primeira vez que escutei o termo “reciclagem profissional”, fiquei um pouco confuso até entender de que se tratava de treinamentos voltados à atualização do profissional. 

Com o tempo, até me acostumei ao constatar que outras organizações também utilizavam o mesmo termo e que era bastante comum e aceito entre os colaboradores e profissionais de RH. Mesmo assim, sempre fiquei ressabiado e preferi não o utilizar. 

Hoje, enxergo a importância de comunicar seu risco na adoção, já que tendências cada vez mais presentes e concretas convidam erroneamente sua adoção mais frequente, como: lifelong learning (do inglês, aprendizagem contínua), do reskilling (requalificação) e do upskilling (aprimoramento). 

Fortalecendo o argumento, mudanças na sociedade estão impulsionando exigências sociais para adotarmos termos mais adequados ao cotidiano. Por isso considero essencial abolirmos de uma vez por todas a palavra “reciclagem” das ações de capacitação por três motivos óbvios e conectados entre si.

Primeiro e o mais óbvio de todos, porque não somos um objeto, muito menos algo descartável. Reciclamos papel, plástico, vidro e metal que poderiam ser dispensados como lixo. Não reciclamos pessoas.

Ao usar este termo, a mensagem enviada aos trabalhadores é um tanto quanto negativa e até desrespeitosa. Em outras palavras, estamos desqualificando toda a bagagem e a experiência que esta pessoa conquistou, como se tudo que ela houvesse alcançado com muito esforço não tivesse mais serventia.

Lógico que os tempos mudaram e novas competências são demandadas, entretanto temos que reconhecer a história e a jornada de um indivíduo, ao mesmo tempo em que adicionamos novos elementos de forma humanizada para potencializar sua contribuição futura.

O segundo motivo é uma decorrência natural do primeiro: é nada convidativo. Se você busca a adesão e o engajamento das pessoas use títulos mais interessantes e conectados a aspectos positivos de crescimento. 

O que você prefere: Um curso de “atualização profissional” ou de “reciclagem profissional”? Um “treinamento de aprimoramento” ou um “treinamento de reciclagem”?

Parece simples, mas o título tem um peso equivalente ao nome de uma pessoa. Retrata muito da sua concepção, de seu propósito e de seu formato. Por isso, crie um título mais estimulante, também seja coerente em termos de objetivos, conteúdo e atividades.

Por fim, o terceiro motivo é que atualização é um processo permanente. Pelo fato de a mudança ser constante e cada vez mais acelerada, a “reciclagem pontual” tem um prazo de validade cada vez mais curto. Logo, a oferta e a realização de ações de desenvolvimento deve ser algo mais frequente e dinâmico.

A cada atividade novos fragmentos de conhecimentos são atualizados e recombinados, adquirindo novos sentidos e significados que oxigenam e potencializam todo o arcabouço prévio de conhecimentos de um indivíduo. No mesmo sentido, experiências anteriores são resignificadas e expandidas por meio de novas interações e exposições. 

Por conta deste último motivo, fica ainda mais difícil aceitarmos ser um objeto em um ciclo infinito de reciclagem com uma abordagem pouco convidativa.

Viu? Embora a analogia tenha sido útil no passado quando as coisas não mudavam e os treinamentos eram raros, nos dias atuais sua percepção pode minar na partida sua boa iniciativa de atualização por conta de um termo mal utilizado.

Gostou? Então, compartilhe este cafezinho com todos os seus colegas próximos e vamos eliminar este termo do nosso dia a dia. Até mais!

resumo da aula sobre Pare de usar “reciclagem profissional”!

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