Você sabe qual é maneira certa de usar produtos educacionais de prateleira? Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.
Fáceis de contratar e acessíveis! Estas são as principais características dos produtos de prateleira, aqueles conteúdos prontos que são ofertados por provedores de soluções educacionais. Veremos aqui seus pontos positivos, negativos e quando usar.
Como pontos positivos já mencionados estão a velocidade de disponibilização aos colaboradores e o custo acessível, que na maioria das vezes é bem abaixo do investimento necessário para se desenvolver uma nova ação educacional personalizada. Outro benefício, pelo menos esperado, é que os conteúdos são produzidos por especialistas com domínio conceitual no assunto e que fazem a atualização periódica deste conteúdo.
Por consequência destes primeiros itens, a organização enriquece seu portfólio de ações educacionais, contribuindo por sua vez com recursos que possibilitarão o autodesenvolvimento de seus colaboradores. Por fim, os gestores de educação corporativa poderão concentrar sua atenção no desenvolvimento de ações educacionais realmente críticas ao negócio.
Entretanto, o barato pode sair caro, pois na maioria dos casos a solução fácil não é sempre a mais apropriada. Como pontos negativos, destacamos prioritariamente o fato de ter pouca aderência à cultura, aos processos e à estratégia da organização. Isso faz com que o tempo dos participantes seja desperdiçado em ações educacionais que não trarão resultados concretos.
Outro ponto é que a customização dita pelos provedores é muitas vezes limitada e quando possível é muito custosa. Os conteúdos acabam sendo muito amplos, conceituais e não vão ao encontro direto dos objetivos de desempenho esperados pela organização, consumindo assim tempo demasiado dos participantes e podendo gerar confusão sobre qual a forma ideal de se trabalhar na organização. Afinal, quem está certo: o conteúdo do elearning, ou o que o gestor diz?
Por fim, o conteúdo não está comprometido com a experiência completa de aprendizagem, pois faltam a conexão com prática e também a transferência destes conteúdos para o dia a dia do trabalho.
Mas, calma! Nem tudo está perdido! Há determinadas condições em que é possível utilizá-las com senso crítico. Vamos analisá-las:
Primeiro, quando são desenvolvidas competências genéricas que não sejam traços da cultura da organização, ou mesmo habilidades técnicas que não sejam diferenciadoras e específicas do negócio. Isso inclui, por exemplo, o trabalho em equipe e a operação de softwares de mercado em uma organização onde estes itens não são estratégicos e não há especialistas internos.
Segundo, quando são complementos conceituais, iniciais e provisórios em trilhas de aprendizagem. O recurso de prateleira, por exemplo, pode servir de conteúdo introdutório para algo que depois será aprofundado com conhecimentos da organização e continuado com o acompanhamento da aplicação no trabalho.
Terceiro, quando são preparatórios para certificações e atendem normas de mercado. Não há necessidade de se desenvolver estes itens, por há inúmeros provedores que têm como atividade fim a construção e atualização destes conteúdos por ser algo rentável e escalável.
Algumas dicas finais. Use as soluções de prateleira com parcimônia, senão seu uso excessivo fará com que sua Universidade Corporativa perca credibilidade.
Faça a análise de viabilidade financeira, afinal é mais barato contratar ou produzir internamente? Em geral, vale a pena produzir quando o tamanho do público-alvo da ação é muito grande.
Avalie criteriosamente os provedores destas soluções. Peça para que especialistas da organização avaliem os conteúdos antes de contratá-los e difundi-los internamente.
E mesmo que os adote em uma trilha de aprendizagem, não considere o trabalho acabado. Planeje novas versões da trilha para ter o conteúdo internalizado e otimizado às necessidades da organização e com atividades práticas integradas.
Por fim, se você ainda não possui um time para produzir conteúdo internamente e por isso acaba comprando tudo pronto do mercado. Talvez seja a hora de repensar o seu orçamento e alocar mais recursos em designers educacionais internos para desenvolver estas experiências completas de aprendizagem com a cara da sua organização.
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