Série Américo Garbuio |2 de 6| Relação entre consultoria interna e áreas especialistas de Recursos Humanos

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Olá, voltamos aqui com Américo Garbuio, especialista em gestão de pessoas. Agora vamos falar da relação da consultoria interna de Recursos Humanos com as áreas especialistas de Recursos Humanos.

Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

Américo, qual é a relação entre a área de consultoria interna de Recursos Humanos e as áreas especialistas de RH?

A relação é intima, eu diria. Faz parte do mesmo organismo. Olhamos para a área especialista e a área de consultoria interna, são duas áreas que fazem parte de uma mesma estrutura. Não vejo estas duas áreas trabalhando de forma diferente, desalinhada, ou com objetivos diferentes. O objetivo principal que se tem das duas áreas é único, de desenvolver pessoas, desenvolver a organização e prestar o melhor serviço, o melhor apoio ao cliente. Promovendo todos os programas que temos dentro das organizações. Promovendo o desenvolvimento do cliente e da sua área de negócio.

O ponto principal desta questão é como estas áreas agem de forma complementar. Este é um grande desafio nas organizações, pois muitas vezes, Wagner, parece que estas áreas concorrem com o espaço dentro da organização. Quem fala com o cliente? Quem é palco, quem bastidor nesta história?

Esta questão, eu diria, do ego e de uma clareza dos papéis pode fazer uma diferença muito grande na efetividade e no resultado do cliente.

Como poderíamos “azeitar” esta relação? Ou em outras palavras, como, basicamente, o business partner pode ter uma maior cooperação com as áreas especialistas?

O primeiro aspecto é todos saberem da estratégia, saberem onde irão alcançar. Eu diria que isto começa pela própria liderança da área de RH de conduzir este processo dentro da estrutura de RH como áreas complementares. Áreas que vão ter acesso a todas as informações. Por que isto? Porque a estratégia da área de RH pode nascer de uma área especialista por uma necessidade, por uma técnica buscada no mercado, por uma nova solução. Mas ela, também, pode e deve nascer de uma orientação da área de consultoria vinda do negócio. A construção é conjunta. Traz elementos técnicos de uma área especialista, como o próprio nome diz, e traz a construção de áreas e de necessidades da área de negócio, que é a necessidade do cliente.

Se nós focamos só na área especialista, voltamos naquele RH antigo que está voltado para dentro. Por mais que vamos buscar ótimas soluções no mercado, pode ser que elas não sejam aderentes ao negócio. Se trabalhamos na área de negócios sem a técnica da área especialista, podemos não construir a melhor solução. Trabalhar em conjunto, seja dentro da área de RH, seja dentro do cliente, isto só vai nos fortalecer. Posso te dar um exemplo disto.

Vamos imaginar que sou um consultor interno e preciso atuar junto a você que é meu cliente e você tem um tema específico, técnico, que precisa ser desenvolvido na sua área. Qual a dificuldade que eu tenho de trazer alguém de uma área especialista para me apoiar. Em alguns momentos os papéis são distintos, mas eles podem, inclusive em uma necessidade do cliente, ser construídos juntos.

Quando falo de planejamento, então, não vejo nenhuma outra alternativa para isto se sustentar se este planejamento não for feito junto. Se a construção, desde a primeira discussão, até as ações que iremos trabalhar em conjunto. Até o cronograma. Até a agenda. Porque a agenda é um ponto que, muitas vezes, inviabiliza o trabalho do BP. Mas não é só a agenda dele. É a agenda da área de negócio. O processo de alinhamento vem desde o processo estratégico, até a agenda, porque se o cliente não tiver agenda e não for comunicado da agenda, ele não vai nos atender.  E aí nos não conseguiremos entregar nosso trabalho.

Dado que você falou em agenda, como um consultor interno, business partner, vai gerenciar as inúmeras demandas que virão das áreas especialistas, como cultura, educação corporativa, carreira etc.?

Tudo é um processo de sequência, de construção. Primeiro aspecto, o que é prioritário este ano? Neste momento? Neste ciclo? Esta é uma decisão importante, de olhar e discutir em conjunto a questão da prioridade. Este é um grande ruído que acontece nas áreas.

Eu que vivi esta experiência no dia-a-dia, este é um grande ruído, pois normalmente, a área especialista têm um rol de projetos que quer implementar. E, muitas vezes, o nível de velocidade que ela traz não é o nível de velocidade que o próprio consultor suporta e muitas vezes o cliente não suporta. OK, ele vai fazer gestão estratégica de pessoas, mas ele tem outras atividades que ele está fazendo lá. Por isto que citei a questão da agenda. Porque a agenda é algo que pode, primeiro, programar, não só a atuação do cliente, trazer um resultado efetivo, organizar o trabalho do BP, alinhar com áreas especialistas e gerar este alinhamento junto com a organização.

De novo eu trago o papel de quem está conduzindo este processo no sentido mais macro e entender que estas áreas precisam trabalhar de forma complementar. Se ela trabalha de forma complementar, uma parte não consegue entregar, isto vai gerar um gargalo e não vamos conseguir o resultado final. Então, é alinhamento, sinergia, entendimento dos papéis. E, principalmente, neste momento, também olhar a área de negócio, porque se nós somos donos da agenda, nós temos que trabalhar em parceria com nosso cliente. Senão não faz sentido o nosso trabalho.

Esperamos a parceria de lá, o envolvimento e na hora que tem algo que tem a ver conosco, vamos ser intransigentes? Como sustentamos este processo de consultoria interna olhando para o RH como um todo. O RH sendo um exemplo de alinhamento, de sinergia, de construção conjunta.

OK! Muito obrigado, Américo!

Por nada, Wagner!

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