Você sabe como tornar uma experiência mais ou menos desafiadora? Olá, eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.
Retomando nossa série sobre aprendizagem por desafios, neste cafezinho abordaremos as principais alavancas para calibrar o tamanho de um desafio. Caso tenha perdido o primeiro, recomendamos que assista os princípios antes deste.
A calibração da intensidade do desafio é crítica para o sucesso da entrega, bem como para se extrair mais da aprendizagem.
Uma configuração mal realizada poderá despertar emoções negativas. Com uma carga menor, o marasmo não engajará a pessoa. Com uma carga excessiva, romperá o nível tolerável de pressão e causará exaustão, ansiedade e um sentimento de incapacidade. Em outras palavras, a pessoa travará frente aos problemas.
Existem cinco principais alavancas que podemos utilizar, apresentaremos cada uma delas e refletiremos sobre a sua combinação.
Novas situações
A primeira alavanca são as novas situações. Ao colocarmos a pessoa em vivências e experiências diferentes das suas atuais rotinas, despertaremos maior atenção dela. Por exemplo, o simples fato de mudarmos algumas tarefas exigirá que no curto prazo a pessoa precise parar, pensar e descobrir a melhor forma de agir antes de automatizar sua realização.
Autonomia
A segunda alavanca é a autonomia. Esta é uma das mais potentes aliadas, pois também promove o aumento de desempenho e a satisfação no trabalho. Ao possibilitar a capacidade de iniciativa, decisão, execução e articulação, a pessoa precisa desenvolver autogestão e autoliderança.
Mais ou menos
A terceira alavanca é mais ou menos. Variar os recursos, o tempo e os padrões de entrega pode alterar toda a forma de execução, despertando mais eficiência, criatividade e qualidade. Entretanto, de todas as alavancas esta é a mais sensível, logo a carga deve ser sabiamente aplicada para não gerar pressão demais, afinal não existe missão impossível e nem tudo pode ser para ontem.
Complexidade
A quarta alavanca é a complexidade. Ao praticar entregas em patamar superior às atuais competências despertará uma exposição positiva, fértil e acelerada ao desenvolvimento. Novamente, o equilíbrio viável de ser realizado com suporte deve ser buscado, evitando expectativas de saltos milagrosos entre o estágio atual e o esperado.
Mudança
A quinta alavanca é a mudança. Adotar novas atitudes e comportamentos para se executar o trabalho envolve desaprender e aprender, por isso o reforço e o suporte devem ser constantes.
A combinação dos cinco elementos deve ser muito bem dosada, pois subir ao mesmo tempo todas as alavancas poderá deixar algo impossível de ser entregue. Imagine se o seu gestor falasse para você: “Sabe aquele projeto que era para o final do ano, então agora ele precisará ser entregue no mês que vem, com a metade do orçamento e das pessoas e com 30% a mais de impacto. Além disso, você precisará articular com outras áreas e fornecedores com que nunca conversou, além de já imprimir os novos valores corporativos de forma exemplar. Para finalizar, estarei de férias e sem acesso ao celular. Posso contar com este relatório quando eu voltar?“
Enfim, o trecho acima não é um desafio, mas sim um desrespeito. É humanamente impossível lidar nesta situação e manter o padrão de qualidade e o equilíbrio do bem-estar. Caso esta situação realmente exista, saiba que este líder perderá este talento do seu time muito em breve.
Você precisa dosar as alavancas ao ponto de que a combinação delas crie uma situação instigadora e que a pessoa consiga com certo suporte e desenvolvimento realizar a entrega com qualidade.
Agora que você sabe quais são as principais alavancas que criam desafios, pense em como adotá-las no dia a dia para tensionar positivamente a capacidade de entrega das pessoas, mas sem romper ou levar as pessoas ao burn out.
Continue seguindo o canal, pois no próximo cafezinho finalizaremos a série apresentando o processo e algumas dicas adicionais. Até mais!