Olá voltamos nossa entrevista com Patrícia Queijo, Head of Talent Management da Avon, e agora vamos falar sobre gestão da diversidade. Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.
Patrícia, quais são as práticas de gestão da diversidade da Avon?
Além das práticas formais para a gestão de diversidade, temos uma prática aqui na Avon Brasil bastante reconhecida e muito diferenciada, que foi a criação da “Rede pela Diversidade, onde temos quatro células de trabalho: a Célula da Mulher, importantíssima para a Avon, porque assinamos que é a empresa para a mulher, a Célula de Pessoas com Deficiência, a Célula de Raça e a Célula LGBT.
São voluntários da Avon que se interessam pelos temas e constroem iniciativas de comunicação, sensibilização, trazem aprendizados de como lidar com a diversidade, vão a eventos externos e trazem para trabalharmos. É um grupo que tem como sponsor nossa VP de jurídico e um líder por célula. Hoje eu sou a líder da célula de diversidade para a mulher e trabalhamos diversas ações com o público interno para ter uma organização, uma empresa cada vez mais diversa.
E especificamente sobre a carreira da mulher, como vocês promovem a aceleração dela?
Nós temos algumas iniciativas. Uma delas, que eu gosto muito de compartilhar, é o programa que chamamos de Mulheres na Liderança, ou Women in Leadership, e batizamos ele de WiL, que tem um significado interessante em inglês também que é este olhar para o futuro, ou até para a vontade da pessoa. Então elas são mulheres identificadas como potenciais sucessoras de cargos bastante relevantes para a Avon, de destaque, que são convidadas a participar deste programa.
O programa trabalha o fortalecimento do preparo destas mulheres. E aí são treinamentos em sala, que fizemos em parceria com o Linkage Institute. Eu vou falar um pouquinho mais do que trabalhamos em sala. Temos encontros mensais, para falar de temas tabus que podem impactar a carreira da mulher.
Um outro pilar é o sponsor, ou ter alguém olhando para a carreira desta mulher, discutindo profundamente como abrir portas e também o networking, que isso ajuda muito o desenvolvimento da carreira.
Um outro pilar que é dar visibilidade e desafios, que é aí que vemos um grande salto, cada vez que uma pessoa tem esse aspecto fortalecido e no caso da mulher não é diferente.
No final do programa, cada uma das participantes, desenvolve um projeto que é o legado que ela vai deixar para outras mulheres também trilharem caminhos promissores aqui dentro da Avon.
Quando eu falo daquele fortalecimento do preparo, que eu falei que é uma parceria que temos com o Linkage Institute, é um trabalho de autoconhecimento. Ele tem três etapas. A primeira é autoconhecimento e é neste momento que a mulher consegue construir a sua imagem pessoal, a sua marca pessoal. Ela lidera com autenticidade. Não queremos aqui que ela esconda todo o aspecto que muitas vezes é um estereótipo feminino e que dificulta o crescimento da carreira, aqui é saber o impacto que ela causa e construir esta marca com segurança para poder liderar com autenticidade para trazer o melhor dela como profissional para a organização.
Depois desta etapa de autoconhecimento entra a liderança de outros, então, coaching, negociação, comunicação, competências como estas. E, por último, trabalhamos a liderança de negócio, desde um olhar para o nosso negócio, até como influenciar mudanças de organizações. Então realmente preparando estas mulheres para assumirem cargos de alta liderança aqui na Avon.
Patrícia, este tema é relativamente novo nas organizações e a Avon, exatamente por ser uma organização para a mulher, está um pouco a frente, se você pudesse dar duas ou três dicas para as organizações que estão começando a estruturar seus programas, o que você faria?
Os programas para mulher especificamente?
Isso! E também, se puder incluir, de gestão de diversidade.
Perfeito. Acho que a primeira questão é dar espaço e conversar com as pessoas. As pessoas têm muitas ideias de como abordar o tema e quando reunimos estas ideias e, em conjunto, define um caminho. Eu acredito que este caminho fica mais forte.
Quando falamos do desenvolvimento da carreira da mulher, tem um aspecto importante, que é trabalhar os vieses inconscientes, porque, como sociedade, crescemos fazendo diferenciação de gênero e isto dificulta em um ambiente profissional a escolha, muitas vezes, de uma mulher para assumir um cargo de liderança. Quando toda a liderança, as pessoas que tomam a decisão, já têm trabalhado, já têm o conhecimento sobre os vieses inconscientes, isso facilita.
E para as mulheres, sem dúvida, ter sua marca pessoal, desenvolver o autoconhecimento e uma boa rede de relacionamentos dentro da organização.
OK! Muito obrigado!