Série Diagnóstico de Necessidades de Aprendizagem. Parte 4: Terceiro estágio – Demandas da Aprendizagem

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Você sabe como levantar a demanda da aprendizagem? Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

Nos últimos cafezinhos, abordamos a visão geral dos estágios da análise de necessidades, ou de demandas, que começa com a análise do negócio e termina com recomendações para o desenho das soluções de aprendizagem. Apresentamos os quatro estágios da análise que se relacionam com os quatros níveis de avaliação.

Também, apresentamos as cinco questões norteadoras do estágio das demandas do negócio e as cinco questões norteadoras do estágio das demandas do desempenho.

Hoje, apresentaremos as questões norteadoras do terceiro estágio: demandas da aprendizagem. Estas questões devem ser analisadas considerando os demais estágios já vistos, assim como o próximo estágio que é a demanda do aprendiz.

A primeira questão norteadora se conecta diretamente ao estágio das demandas do desempenho, logo temos: O que as pessoas precisam saber, saber fazer e saber ser para entregar o desempenho esperado? Aqui buscamos compreender as capacidades que compõem uma competência, considerando conhecimentos, habilidades e atitudes.

Retomando o exemplo da área comercial que estamos trabalhando ao longo desta série, aqui teríamos que identificar que a competência de negociação seria desmembrada nas capacidades: domínio dos produtos, habilidades de argumentação e de lidar com objeções, e uma atitude positiva e com foco no resultado.

Uma vez identificadas, a segunda questão norteadora é: Como mapear e levantar conhecimentos tácitos e explícitos para desenvolver as competências necessárias? Neste ponto buscamos compreender as fontes de informação necessárias para a geração do conteúdo e sobretudo identificar os especialistas e definir formas de explicitar seus conhecimentos tácitos.

Em nosso exemplo, poderíamos identificar a área de produtos e de marketing como fontes das informações sobre produtos e mercados. E, selecionar os melhores vendedores para observar e extrair como eles lidam com objeções, por exemplo.

A terceira questão norteadora é: Quais são os formatos de aprendizagem que melhor desenvolvem as competências necessárias e qual a duração necessária? Obviamente este ponto deverá ser analisado em conjunto com elementos da demanda do aprendiz, mas é claro que existem formatos mais apropriados para se trabalhar cada competência, ou capacidade, assim como os objetivos de aprendizagem associados à Taxonomia de Bloom. Também, é importante mencionar que o desenvolvimento de cada competência só se consolida após um conjunto de vivências e experiências, logo o tempo e a sequência destas ações também são importantes.

Ilustrando em nosso exemplo, poderíamos sinalizar ainda na fase de análise que a competência negociação se aprende negociando, logo apontar role plays, dinâmicas que as pessoas assumem papéis e interagem em uma determinada situação, seria uma boa forma de iniciar a construção da sua solução de aprendizagem.

É lógico que estes formatos serão mais detalhados na fase de design. Neste ponto, espera-se uma reflexão inicial para apontar uma direção na solução.

A quarta questão norteadora é: Quais são os recursos disponíveis e fatores de restrição? Nesta altura da análise, já é importante começar a se considerar as variáveis da gestão de projetos de aprendizagem, até porque precisamos iniciar a conexão desta leitura abstrata a um plano concreto e executável. Logo, é importante se considerar recursos financeiros, humanos e tecnológicos disponíveis, bem como expectativas de tempo de proficiência e outros fatores de restrição.

Imagine que em nosso exemplo, teríamos um orçamento disponível moderado, facilitadores em algumas regiões e uma plataforma LMS. Porém, não poderemos ultrapassar a formação em duas semanas e não poderemos contar com operações logísticas de grande porte. Com isso, já poderemos levantar que não poderemos realizar um grande evento presencial, mas sim encontros regionais mediados por facilitadores locais para trabalhar a negociação, porém antes teríamos a compreensão dos produtos e do mercado por meio do LMS.

A quinta e última questão norteadora deste estágio é: Como checar o sucesso da aprendizagem? Enfim, como poderemos checar se as pessoas conseguiram compreender e internalizar os conhecimentos necessários para entregar o desempenho esperado.

Em nosso exemplo, os conhecimentos dos produtos e do mercado podem ser verificados por quizzes no LMS e a parte da prática sobre negociação, podem ser percebidos ao longo das dinâmicas presenciais.

Neste ponto novamente teremos o detalhamento da avaliação na fase de design.

Por fim, uma dica geral neste estágio é desagregar as competências em suas capacidades conforme buscamos aprofundar a análise e levantar conhecimentos críticos, porém quando trabalhamos na lógica de desenhar soluções, é mais adequado trabalhar as competências agregadas, pois facilita a compreensão e aumenta a transferência para a prática no mundo real.

Não perca na próxima terça-feira a continuidade desta série com as questões norteadoras do estágio das demandas do aprendiz. Até mais!

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