Série Hospital Albert Einstein |6 de 6| Aprendizagem adaptativa na saúde

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Olá, voltamos a falar com o Felipe Spinelli, Diretor Superintendente de Ensino do Einstein, aqui do ensino do Einstein e agora nós vamos falar sobre aprendizagem adaptativa. Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3!

Felipe, como o Einstein pretende utilizar a aprendizagem adaptativa?

Bem, este é um tema que nós começamos a tocar, se encantar e cada vez mais se aprofundar nele. Até que agora desenhamos um projeto grande, até meio maluco, vamos dizer, meio megalomaníaco que estamos já dentro dele, já está em curso este projeto.

No fundo, o que vemos? O conteúdo da saúde é muito extenso. Você fala de um médico, o que ele deveria saber ao se formar, é uma graduação de seis anos e infelizmente o que vemos é que um médico recém-formado chega aqui e o conhecimento ainda é insuficiente para ele ir para a prática. Você continua fazendo treinamentos, isso acontece com todas as áreas, mas vemos isso com todos os setores.

O que temos discutido é como consigo identificar os gaps de conhecimento deste profissional e treinar onde é necessário, porque é impossível refazer um curso inteiro de medicina. Isto é um projeto que inicialmente começamos trabalhando com o conselho de medicina daqui de São Paulo, o CREMESP, desenhando uma quantidade de cursos, porque o CREMESP tinha uma prova com recém-formado, que não sei se vocês sabem, em torno de 50, 60% é aprovado nesta prova dos recém-formados.

Quando começamos a desenhar isto, no fundo é você identificar todos os seus objetivos de aprendizagem e testá-los de formas diferentes, mas como você de fato sabe que ele conhece aquilo, ou não. Então, ao invés dele fazer o curso de uma forma linear, ter que passar por tudo, você vai então poder redesenhar aquele curso. Adaptar aquele curso de acordo com os gaps de conhecimento daquela pessoa, daquele profissional.

Cada vez mais vemos que o volume de conteúdo que temos na saúde, e isto agora estamos começando a desenhar para o médico, mas também estamos começando a discutir a enfermagem e outras áreas. Somente com o ensino adaptativo que vai dar para você identificar os gaps individuais e treinar de acordo com aquele indivíduo. De fato, hoje, por exemplo este conteúdo de medicina nosso já são 1.050 horas de conteúdo. Como eu falei, você colocar alguém para passar linearmente por este conteúdo seria muita coisa. Então que com o ensino adaptativo você vai conseguir reduzir isto bruscamente e, aí sim, ele atuar onde estão os gaps de conhecimento dele.

Então vemos o ensino adaptativo como realmente uma ferramenta de suporte ao profissional que tem um conteúdo muito rápido daquele setor dele surgindo e sendo atualizado, a forma dele, de fato, se atualizar, onde estão seus gaps. O que você vê hoje é a discussão de robôs que possam auxiliar a saber onde estão seus gaps. Ao longo do tempo, o robô conhecer você a ponto de falar “Saiu um paper novo e você deveria lê-lo, porque este conteúdo você ainda não conhece”.

Começamos a tocar neste conteúdo agora, neste assunto, mas como falei, tem um projeto já em andamento com, para você ter uma ideia, cerca de 80 autores, 1.000 horas de conteúdo, são 180 subtemas para cobrir o que um médico deveria saber no seu dia-a-dia.

Legal. Eu acho que a proposta e a contribuição, os benefícios de uma forma geral da aprendizagem adaptativa são enormes, mas por outro lado, exige também um trabalho muito grande a ser feito. Qual a recomendação que você poderia passar para outras organizações que estão pensando e analisando a aprendizagem adaptativa como solução?

Você tem razão, realmente estas soluções você tem muito trabalho pré para montá-las. Eu acho que as instituições têm que discutir de fato a necessidade daquele treinamento. O volume que você tem daquele conteúdo e de público para aquilo, mas uma vez identificado isso, vale a pena. Porque no fundo o que você está discutindo é reduzir o tempo em sala de aula de uma forma mais efetiva para as lacunas de conhecimento.

O caminho, de fato, é a discussão do conhecimento, qual é o objetivo de aprendizagem, qual é o conhecimento necessário para a prática, principalmente quando falamos de ensino corporativo. Esse link com a prática tem que ser feito a todo momento, mas com uma certeza de que isso bem feito, você está reduzindo tempo de treinamento de uma forma mais objetiva e mais focada e melhorando a sua prática, o seu desempenho, a sua performance. Isso faz muito sentido.

Eu acho que o desafio é começar com coisas pequenas, com temas mais resumidos e hoje já tem ferramentas, se você pesquisar e procurar que te ajudam a montar cursos com ensino adaptativo. Ou seja, qual é o seu objetivo de aprendizagem? Como você quer testá-lo e qual é o conteúdo e a ferramenta te ajuda a navegar, a montar estes treinamentos como se fosse um LMS, ou plugado no seu LMS.

Muito obrigado!

Obrigado vocês gente, um prazer!

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