Série José C. Terra |6 de 6| Métodos para acelerar a inovação

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Olá! Estou aqui com José Cláudio Terra para falar sobre métodos para acelerar a inovação. Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3

Terra, quais métodos uma organização pode se apropriar para implantar a inovação?

Bom, a literatura e a prática estão cheias de métodos e técnicas, seja para você estimular a criatividade, estimular a geração de novas ideias, seja para você implementar de maneira mais eficaz. Eu vou focar aqui em duas grandes tendências.

Uma tem a ver com teste, como você testa e cria um ciclo de aprendizado rápido. E a outra tem a ver com empatia, como você realmente mergulha em um ambiente, em um contexto, para aprender, seja com usuários, com os clientes, seja com alguém que está fazendo uma operação específica que você precisa melhorar.

Do ponto de vista formal, a primeira do teste tem a ver com os métodos ágeis de gestão de projeto. O que é isso? Eu não vou discorrer como se fosse uma aula, mas em essência isso vem da indústria de software e está se espalhando por outros métodos de gestão de projeto.

Tipicamente em um projeto clássico você fazia um tempo enorme de planejamento, inclusive existe boa literatura dizendo que você precisa planejar bastante para errar menos na hora de realização, enquanto a metodologia ágil inverte um pouco essa lógica, ela fala o seguinte: eu planejo pouco, construo rápido e já testo. Mas alguém pode falar, “mas você não erra muito a partir dessa abordagem?” E a resposta é sim. Mas dada a velocidade com que você precisa aprender e a velocidade com que você precisa gerar novos insights, muitas organizações têm adotado isso e às vezes se chama agile, às vezes se chama scrum, lean startup, enfim vários métodos para que as organizações aprendam de maneira controlada a aprender rapidamente a partir de feedbacks de usuários, do mercado, e assim por diante.

Novamente, quem liderou esse tipo de iniciativa foi a indústria de software, que começou a lançar versões alpha, versões beta e assim por diante. Mas isso se espalhou por outros setores da economia. Então, você vai desenvolver um novo produto, produto físico mesmo, você faz um protótipo, cria e pede para as pessoas testarem. Você vai criar um site, você faz um mockup, e pede para as pessoas darem input no mockup. Você vai criar um novo modelo de atendimento, você cria uma loja experimental, para ver como as pessoas reagem. Então, essa ideia de aprender rápido, dependendo do contexto, tem sido extremamente válida, eu recomendo imensamente.

Não é fácil. Principalmente quando você tem uma empresa tradicional, que faz uma gestão de projetos nos modelos tradicionais, com PMO e coisas assim, com as melhores práticas de PMI, por exemplo. Hoje existe um desafio de como você compatibiliza os conceitos clássicos de gestão de projeto vis-à-vis scrum, agile, e essas coisas novas. Mas é uma área muito interessante para quem quer trabalhar com inovação.

E o segundo método?

O segundo método, a gente poderia discorrer sobre personas, sobre mapas de stakeholders, mas isso se chama design thinking. Design thinking, se eu puder resumir de maneira muito precisa, bem focada, tudo se resume em torno da empatia. Como você vai inovar em algo que você não se coloca no lugar de quem vai usar, de quem vai comprar? E por incrível que pareça, antes do design thinking eram poucos os métodos que realmente faziam que você observasse de maneira atenta, detalhada, ou que você simulasse alguém tentando exercer uma atividade. O que o design thinking trouxe, além de prototipagem rápida e outras coisas, alguns métodos bem específicos do passo a passo, foi essa questão de “ninguém inova se não estiver empaticamente envolvido com o futuro usuário dessa inovação”. Por que empatia? Porque inovação tem a ver com o coração. Ninguém inova se não estiver intrinsicamente motivado, se não estiver apaixonado, ou se não estiver realmente pensando claramente no outro e todas as consequências da inovação. Eu acho que a palavra empatia é quase sinônimo de design thinking.

E para finalizar, algum desses métodos é aplicável em uma área de educação coorporativa?

A questão dos métodos de aprendizado, eles são diversos e amplos, e eu não vou discorrer sobre as teorias de aprendizado. Mas os métodos de inovação trazem energia, trazem aquela questão de colocar os alunos e os profissionais que estão imbuídos em aprender algo em realmente fazer, realmente fazer e criar o double looping, que é uma teoria clássica de aprendizado, que você cria e aprende e faz a reflexão em cima do que você criou e tenta melhorar. Ou seja, a medida em que você cria esses ciclos rápidos, seja pelo agile, seja pela empatia, seja pele prototipagem rápida, você estimula as pessoas a terem um aprendizado ativo.

Acho que todas as teorias hoje que falam de aprendizado falam dessa necessidade. Esse é o grande diferencial. Seja team base learning, project base learning, não importa. No final das contas o que você quer é um indivíduo intrinsicamente motivado. E a inovação tem algo de novo, porque a pessoa não está simplesmente tentando absorver algo. Ela está absorvendo e ao mesmo tempo criando. Então, a medida em que parte desses métodos são incorporados nas estratégias, nas metodologias de aprendizagem, você está fazendo uma combinação perfeita, que é a questão da pessoa ter que absorver rápido e ao mesmo tempo aplicar.

Isso é uma coisa maravilhosa, porque muitas vezes há uma desconexão no processo de aprendizagem, porque você sai do seu dia a dia, vai para o seu ambiente de aprendizado, aprende, aprende e aprende, depois passa muito tempo e você aplica. Enquanto essas metodologias de agile, de design thinking estimulam a questão de aprender, refletir, fazer, refletir, fazer, testar. Isso que eu acho muito interessante e tem uma avenida para isso.

Muito obrigado!

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