Série Leroy Merlin |3 de 6| – Avaliação de resultados

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Olá! Estou aqui com Weber Niza, Diretor de Recursos Humanos da Leroy Merlin, para falar sobre avaliação de resultados. Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

Weber, como você avaliam resultados das ações educacionais? 

Bom, a avaliação dos resultados das ações educacionais é um grande desafio. É um desafio, eu sempre brinco com meu Diretor Financeiro, que o dia em que eu conseguir avaliar o ROI de todos os programas de treinamento eu vou estar pronto para entrar no lugar dele. Eu fico fazendo essa brincadeira, mas o que nós fazemos?

Nós nos aportamos muito com os conceitos clássicos que todo mundo conhece, aquela história do Kirk Patrick dos quatro níveis de avaliação, e do Jack Philips do nível cinco, que seria o ROI.

Então, a grosso modo, 100% dos nossos programas de formação fazem o nível um e o nível dois. Então, tem a boa e velha avaliação de reação, que no fundo não serve para muita coisa, tem o nível dois que é a avaliação retenção de conhecimento, aquela prova pré e pós para termos uma noção da evolução a curtíssimo prazo, do nível de conhecimento. Esses dois níveis 100% dos programas tem.

Depois em metade dos programas nós temos o nível três e o nível quatro. O nível três é o que gostamos de chamar de mudança de comportamento, e fazemos isso de que forma? Sempre nesses programas existe uma avaliação no final que é uma avaliação associada a um plano de ação. Então o colaborador é estimulado a escrever ações concretas que ele vai ter que colocar em prática no dia a dia, sob dois aspectos. Primeiro aspecto é quais os comportamentos que ele vai mudar e segundo aspecto, nível quatro, quais as ações e resultados que ele vai conquistar com essa mudança de comportamento. Ele é estimulado, ao final desse programa, a escrever isso.

De repente ele vai colocar que gostaria de mudar o comportamento de proatividade, “sou muito reativo para atender o cliente, aprendi no programa que tenho que ser mais proativo” Então tenho que sair da reatividade para a proatividade, isso é um comportamento. Depois no plano de ação ele pode colocar que quer atender 5 clientes a mais, quero vender 10% a mais para cada cliente, quero vender um produto mais caro para cada cliente.

Essa instrumentalização de plano de ação que estimula ele a mudar o comportamento e mudar a ação é uma maneira dele sair do programa com um compromisso. E que o líder dele pode, e deve, ele é estimulado a fazer isso, a acompanhar a realização, a execução, a concretização do que ele intencionou quando ele escreveu aquele plano de ação.

Depois o nível cinco, que é a história do ROI, usamos para alguns programas. Posso dar o exemplo de uma formação bastante interna, que é uma formação interna que nós temos, que se chama Formação Melhor Comércio, chamamos de FMC, em que o aluno é estimulado a repensar um linear de um produto e o final ele tem que entregar uma solução diferente da existente até aquele momento

E como verificamos o ROI desse treinamento? Verificamos até 6 meses depois do treinamento a progressão de vendas que este linear está dando. E essa progressão de vendas é contraposta ao nível de custo que aquela formação teve e verificamos em quantos meses aquela formação foi paga. Então, essa é uma tentativa concreta de aplicar o ROI no treinamento. Sabemos que não é simples, mas esse programa que eu falei é um dos mais interessantes, é um dos mais consolidados que nós temos na organização e todo mundo adora, da base até os executivos, porque ele de fato transforma as pessoas a nível de aprendizagem e de fato traz resultados concretos financeiros para a organização.

Ela se paga em 6 meses e o bacana, que é um contraponto que eu faço à conta do ROI. O ROI nunca vai levar em consideração, porque é muito difícil colocar isso na conta, o conhecimento que a pessoa tem com ela, a transformação que ela passou.

Porque o ROI calcula o financeiro, mas depois do financeiro, por toda a vida esse colaborador vai ter uma competência um nível de aprendizagem diferente do que ele tinha quando ele entrou na formação.

Tem algum programa que vocês avaliam que é voltado para a gestão?

Tem alguns programas de gestão sim. Eu poderia trazer para vocês o MBA in company que nós temos. Temos um MBA in company, que fazemos em parceria com a ESPM. É um MBA de estratégia de varejo. Obviamente, como MBA ele tem disciplinas diversas, que vão de marketing, passando por gestão de pessoas, indo até a supply chain, mas o cerne dele é melhorar a gestão da empresa.

E ele também tem um processo de avaliação de resultado um pouco diferente dos MBAs tradicionais. Que no final os grupos ou as pessoas apresentam o trabalho de conclusão de curso, que muitas vezes foram feitos em cima da hora e usam temáticas muito generalistas e aqui nós fazemos um pouco diferente.

As temáticas que são trabalhadas para que as pessoas concluam o MBA são escolhidas pelo comitê executivo. E normalmente são temáticas que são problemas reais da organização. E o objetivo é que o aluno individualmente ou em grupo, traga com o trabalho de conclusão de curso uma solução real para esse desafio. E isso é avaliado na apresentação do trabalho e no desenvolvimento desse trabalho, porque esse trabalho não fica na gaveta, esse trabalho tem de sair da gaveta e se transformar em um grupo transversal, tem que se transformar em um projeto. E o foco principal é a melhoria da gestão.

E você poderia dar algumas referências de avaliação de resultados no nível 5?

Para você ter uma ideia, o que eu posso falar desse programa que falei para vocês, que é um programa interno, que é o FMC, ele tem um ROI de 6 meses. Então, normalmente o nível de progressão de vendas que os lineares sofrem é muito maior do que o restante. Então essa diferença na progressão de vendas utilizamos como denominador na conta do ROI.

Essa formação é uma formação que não é barata, que tem um nível interessante de investimento, e ela se paga em 6 meses. Ela se paga em 6 meses e o bacana, que é um contraponto que eu faço à conta do ROI, o ROI nunca vai levar em consideração, porque é muito difícil colocar isso na conta, o conhecimento que a pessoa tem com ela, a transformação que ela passou.

Porque o ROI calcula o financeiro, mas depois do financeiro, por toda a vida esse colaborador vai ter uma competência um nível de aprendizagem diferente do que ele tinha quando ele entrou na formação. Mas o FMC se paga em 6 meses.

Ok, muito obrigado!

 

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