Série Rio 2016 | 2 de 8 | Legado dos Jogos

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Olá estou aqui com o Henrique Gonzalez, Diretor de RH do Comitê Rio 2016, para falar sobre o legado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

Henrique, depois desta rica experiência, qual é o legado em termos de aprendizagem para o povo brasileiro?

Legal. Obrigado. É um prazer estar aqui com vocês.

Temos 140 mil pessoas trabalhando nos Jogos. Destas 140 mil, 6.500 são funcionários, 50 mil voluntários e mais de 85 mil trabalhando em serviços através de outras empresas, serviços de limpeza, alimentos e bebidas, e licenciamento.

Estas 140 mil pessoas estão passando por uma jornada conosco e muitas vêm atraídas pelo propósito dos Jogos, que para muitos encanta, principalmente pelo valor do esporte como meio de transformação social. O esporte ajudando a inspirar crianças através dos heróis que são os atletas. Inspira a terem hábitos melhores e valores que aprendem muito cedo. Valores como respeito ao mestre, trabalhar em time, determinação, disciplina e superação, que ao longo da vida demorariam mais tempo para aprender. O esporte tem este papel fundamental, além de hábitos saudáveis que estão ligados à saúde.

Muitos dos voluntários principalmente vêm por paixão, por amor a esta causa, vêm por vontade de sair de uma postura passiva, expectadora da vida e serem protagonistas, e eles dedicam um período tempo por esta causa que acreditam, esta causa relacionada ao esporte.

Temos uma capacidade de mobilizar muita gente boa, foram mais de 250 mil inscritos, mais de 80 mil pessoas entrevistadas e 50 mil atuarão conosco. Eles representam a cara do Brasil, são embaixadores, vão mostrar para o mundo a capacidade do brasileiro de receber, organizar, atender bem, conseguir um evento desta grandiosidade e complexidade de uma maneira que 50 milhões de pessoas vão assistir e vão se inspirar para o resto da vida.

Esta é a capacidade de transformação destas 140 mil pessoas que fazem esta jornada conosco.

Os treinamentos nos ajudam com alguns conceitos básicos. Trabalhamos o conceito da excelência em serviços que o Brasil precisa desenvolver e é um dos segmentos de negócios que mais cresce. Os jogos trarão mais investimento em turismo e mais pessoas virão ao Brasil. Logo, excelência em serviço, olhar nos olhos, entender a perspectiva dos diversos clientes dos jogos que virão de 206 países, mídia internacional, delegações internacionais, chefes de estado, atletas olímpicos, paralímpicos. Precisamos atender esta turma muito bem. Um ambiente de muita diversidade, em que cada uma das pessoas precisa se sentir incluída e valorizada em suas diferenças.

Inauguramos a plataforma de treinamento para a sociedade já com acesso para os voluntários e acreditamos que vai ajudar um pouquinho nesta conscientização e no orgulho da nossa capacidade de fazer, fazer bem e com boas práticas.

E para quem está na expectativa e na torcida? O que eles podem extrair de aprendizado de todas estas experiências?

O principal aprendizado que temos é a capacidade do brasileiro de fazer. É um evento complexo, difícil. O brasileiro tem uma capacidade de planejamento e adaptação que demonstramos na organização deste evento.

Já fizemos 33 eventos testes, as obras estão em dia, grande parte do nosso planejamento avançado. Quando olhamos para trás – comecei em janeiro de 2011 – a incerteza era enorme se conseguiríamos mobilizar tantos voluntários e hoje vemos que 250 mil se inscreveram, 80 mil foram entrevistados, 8 mil já trabalharam nos eventos teste e tivemos mil voluntários recrutadores que ajudaram a selecionar estes 80 mil. São realizações palpáveis e convivemos com esta turma, esta força de trabalho.

Hoje tenho um grau de confiança muito maior do que eu tinha cinco anos atrás, de orgulho de ver que temos capacidade realmente de fazer, de ver tanta gente, que quer vir contribuir, participar dos jogos e são pessoas jovens, alguns como primeira experiência de trabalho, não remunerada, mas extremamente rica. Aposentados que tiveram oportunidades nas suas vidas e que vêm retribuir neste momento participando. Muita gente na faixa etária de trabalho ativo que vai tirar 10 dias de férias, que vai negociar com suas empresas para fazerem parte deste projeto.

Hoje já é uma coisa muito real, estamos em uma reta final e aprendemos muito em como lidar com esta questão do trabalho voluntário.

Ficará certamente um legado, pois já vimos isto em outros países por onde os jogos passaram. Quem experimenta o voluntariado, fica mordido por este “bichinho” e tem vontade de voltar. Tanto que temos muitas inscrições de voluntários internacionais, muitos dos EUA, da China, da Rússia, da Inglaterra, que foram onde ocorreram os Jogos recentemente. Isto amadurece e é absorvido dentro da sociedade como uma boa prática. Deixamos de ser expectadores, não esperamos que os órgãos públicos façam tudo por nós, fazemos nossa parte para que este mundo seja melhor e se nossa parte é através de educação, através do esporte, ou é através de algum outro projeto social, não tem problema, o importante é que realmente buscamos o trabalho voluntário como meio de realização pessoal e que também pode desenvolver competências profissionais. Muitas empresas hoje usam o voluntariado como forma de desenvolvimento, liderança, trabalho em time e outras competências que você desenvolve num trabalho como este.

Muito obrigado!

Imagem sintese-02

 

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