Olá, pessoal! Estamos aqui no Rio Innovation Week de 2024. O meu convidado é William Potenti, ele é Diretor de Tecnologia da Informação do Grupo L’Oréal Brasil, e nós vamos falar sobre jovens, tecnologia e mercado de trabalho. Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso 3.
Qual era a situação do Grupo L’Oréal para decidir encampar esse projeto?
O Grupo L’Oréal tem a missão de se tornar a Biotech número um do mundo, que é trabalhar do ponto de vista de tecnologia e ciência para trazer novas experiências de beleza para os consumidores, trazendo uma jornada de beleza aumentada usando as tecnologias atuais. Mas ser Biotech, além disso, é utilizar tecnologia para potencializar a inclusão, diversidade e equidade na nossa sociedade, especialmente aqui no entorno da L’Oréal, porque a gente sempre quer trabalhar para trazer impacto positivo para o nosso entorno. Surgiu a necessidade de trabalhar em um programa de capacitação em tecnologia muito porque hoje existe uma falta de profissionais no mercado. Nós somos uma quantidade de 2 milhões de profissionais de tecnologia, e estima-se um gap de 530 mil profissionais até o ano que vem. Então, é uma oportunidade muito grande de unir o propósito do Grupo L’Oréal de trazer inclusão, mas também usar a tecnologia como alavanca principal.
Você pode contar um pouco sobre detalhes desse projeto que você abordou na sua palestra e o envolvimento ali de juntar também uma ação social?
Nós construímos um programa de capacitação como desenvolvedor para 150 jovens. Uma parte desse programa vai funcionar presencialmente aqui na Fundação Getúlio Vargas para 50 jovens, e 100 alunos vão ter aula de forma remota. Ao final desse treinamento de seis meses, esses jovens estarão aptos a iniciar o trabalho como desenvolvedores. Não só eles estão aprendendo disciplinas técnicas, como HTML, programação, inteligência artificial, mas também estão aprendendo disciplinas do ponto de vista socioemocional e comportamental. Porque no momento em que eles estão de carreira, é importante prepará-los também para as entrevistas, para desafios que, às vezes, a gente nem para para pensar, mas para eles são coisas totalmente novas. É importante a gente trazer esse momento. Não só vamos trabalhar a parte de preparação técnica e socioemocional, mas ao longo desse programa, que acabou de ser lançado em julho, vamos trabalhar a conexão desse programa com empresas que necessitam de profissionais, não só a própria L’Oréal. Então, vamos absorver o máximo que pudermos desses profissionais internamente, mas estamos trabalhando com parceiros, com os players que trabalham com a gente em tecnologia, com empresas que são próximas, porque queremos garantir inclusão produtiva. Então, a capacitação é o primeiro passo; a inclusão e a inserção no mercado de trabalho é o segundo passo importante, porque sabemos que, com essa inclusão, transformamos a vida deles e das próximas gerações de suas famílias.
Pelo que estou entendendo, é um forte viés de inclusão social. Tem ali talvez algum critério também de diversidade para o Grupo L’Oréal?
Também tem. Nesse momento, a gente não fez uma publicação afirmativa para o programa, mas hoje temos uma representatividade muito forte da região da Pequena África. Então, fizemos um recorte porque era importante trabalhar. Tem jovens de vários locais do Brasil, de outros estados, mas mais fortemente aqui na região da Pequena África, que é uma região histórica e onde o Grupo L’Oréal tem uma atuação forte com outros programas, como o “Beleza Mais Diversa”, que está apoiando também com capacitação de influencers para trabalhar para a população negra. Então, não é afirmativo, mas, de certa forma, temos hoje alta representatividade de toda a população, com muito mais de 50% de mulheres. Esse é um indicador também muito importante.
Sabemos hoje, por exemplo, que recrutar mulheres é uma dificuldade. Então, programas como esse que trazem uma equidade maior também de gênero para o mundo da tecnologia são essenciais.
Muito obrigado! Bem, aguardem novas entrevistas diretamente aqui do Rio. Até mais!