Série RIW 2024 |6 de 8| Ética e trabalho

Compartilhe!

Olá! Voltamos aqui ao Rio Innovation Week 2024. Agora estou com Marcelo Madarasz, Diretor de Recursos Humanos para a América Latina da Parker. Nós vamos falar sobre ética e trabalho. Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso 3. 

Marcelo, você participou de um debate sobre ética. Pode me contar um pouco sobre os principais pontos discutidos?

Foi uma abordagem muito diferente porque nós iniciamos, imagina, num congresso de inovação e tecnologia, o interesse que gestão de pessoas e tudo que é ligado à humanidade teve foi impressionante. E a nossa proposta era usar trechos de Guimarães Rosa. Tivemos um artista maravilhoso falando trechos de Guimarães Rosa, justamente sobre o bem e o mal. E aí, qual foi a ideia? Quando pensamos na liderança, na liderança que precisa ser cada vez mais inclusiva, como ela se comporta frente a obstáculos que incluem decisões? E muitas vezes temos a questão ética, falando do bem e do mal, do certo e do errado. Qual é o melhor caminho a percorrer? Usar Guimarães Rosa para provocar as pessoas nos remete a uma outra condição que é a seguinte: hoje, o líder, o gestor de pessoas, precisa ter uma competência extremamente importante, que é a leitura de cenário, a compreensão da dinâmica dessas pessoas que fazem parte do cenário, e desenvolver uma sensibilidade para refletir a partir de uma provocação de Guimarães Rosa sobre dilemas do dia a dia na organização é muito interessante.

Depois falamos de pessoas que fazem gestão de pessoas e que nem sempre sabem todas as respostas. Aliás, a gente nunca tem todas as respostas, mas precisamos aprender a refletir sobre caminhos possíveis. O que é a ética, senão o desejo do bem comum, de você criar em um ambiente de trabalho com a inclusão de todos algo que vá muito além do seu propósito individual, mas algo que remeta ao bem comum? Portanto, eu vou incluir todas as pessoas nisso que é o bem comum. E aí a pegada da ética foi por aí. Foi muito rico, muito legal, e as pessoas ficaram muito impactadas porque o diálogo que envolve “vender a alma ao diabo” de Guimarães Rosa… todo mundo tem um preconceito de que Guimarães Rosa é muito difícil, e ele é, e ele exige que a gente vá descascando as camadas, e foi o que propusemos ao público, depois trazendo um pouco para o ambiente organizacional. 

Agora, sobre esse ambiente do mundo organizacional, porque cada vez está mais importante a gente discutir e implementar ética nas organizações?

Lembra de uma coisa: a pegada agora é ESG, diversidade, equidade e inclusão. Fala-se muito cada vez mais em inteligência artificial, e aqui temos um exemplo disso. E aí, não podemos perder a dimensão humana, que vai sempre ser colocada numa encruzilhada: qual é o caminho que você vai percorrer? Como diz o rabino Newton Bonder, “os longos caminhos curtos ou os curtos caminhos longos”. Da mesma maneira que você precisa refletir sobre propósito, conectar-se ao seu propósito, e isso vai gerar o verdadeiro engajamento, a ética, junto com os valores que você precisa saber quais são os seus. Para isso, autoconhecimento, para isso, auto-observação. Quais são os valores que você nunca abre mão? Porque a hora que você abre mão desses valores é a hora que você está se alienando de um jeito que você se perde, perde a sua essência, perde o seu propósito, e a ética vai ser quase que uma bússola. Hoje, os líderes estão desorientados, têm muita antena e pouca gente antenada. Precisamos ter uma bússola, e essa bússola vai ser feita a partir de um conjunto de ética como aquilo que é do bem comum, aquilo que é o correto, aquilo que vai ser o melhor para todos, para o coletivo, e os seus próprios valores. Se você puder refletir sobre valores individuais e valores da organização e esse alinhamento, promovendo o verdadeiro engajamento, e que bom se a gente estiver sendo regido pela ética, e de preferência a ética do cuidado, a ética do amor e a ética do verdadeiro interesse pelo momento, para que este caminho seja feito e que esse caminho seja o melhor para todos.

Ético e sem vender a alma ao diabo, né?

E sem vender a alma ao diabo, é isso.

Gente, muito obrigado e aguardem mais entrevistas em breve.

Obrigado.

Compartilhe!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *