Olá, voltamos a falar com a professora Patrícia de Sá Freire e agora falaremos sobre a evolução do conceito de universidade corporativa em rede.
Eu sou Wagner Cassimiro e esse é o Espresso 3.
Professora como o conceito da Universidade corporativa em rede evoluiu?
A partir de uma revisão sistemática da literatura um estudo mesmo acadêmico e científico, nós fizemos um levantamento internacional de todos os modelos existentes de gestão e de implantação das Universidades corporativas escolas de governo. E identificamos que na verdade existem seis estágios. Desde o primeiro, que é o departamento de treinamento, onde o foco é… são seis diretrizes que foram evoluindo nesses estágios. Mas vamos pegar só a diretriz do público-alvo.
Então o primeiro estágio, que é o estágio departamento de treinamento, ele tem o foco para o desenvolvimento da tarefa do público alvo.
O segundo estágio é um estágio onde se percebe que nós temos funcionários colaboradores distribuídos pelo pelo Brasil ou pelo mundo e que fica muito caro essa capacitação, esse desenvolvimento trazendo para a matriz. Então começa a se desenvolver o e-learning, uma plataforma e-learning de educação a distância. O terceiro estágio, que nós classificamos como educação corporativa, é um estágio onde eu continuo olhando para dentro, eu continuo capacitando os meus funcionários, os meus colaboradores para tarefa, só que eu percebo que eu já tenho que evoluir alinhando essa capacitação à estratégia da organização.
O terceiro estágio nós chamamos de educação corporativa aonde a organização percebe que não adianta mais só fica treinando e capacitando para tarefa. Precisa que essa tarefa esteja alinhada à estratégia da organização, momento até que se implanta a governar a gestão por competência.
O terceiro estágio é quando, aí sim… O quarto estágio desculpa que nós chamamos de universidade corporativa é quando a organização já percebe que para alcançar os objetivos estratégicos ela precisa envolver a capacitação, envolver na capacitação, no processo de aprendizagem outros stakeholders não só mais os stakeholders internos. Então ela identifica na sua cadeia de valor os seus clientes e os seus fornecedores para envolvê-los nessa capacitação.
O quinto estágio… em 2009 os autores Margherita e Secondo eles identificaram um modelo chamado stakeholders university, onde eles perceberam que não só mais nós temos que envolver nessa capacitação os stakeholders diretamente relacionados a cadeia de valor, mas sim outros stakeholders fixos, mas stakeholders além desses da cadeia de valor. São os famosos parceiros de negócio. Eles alertaram inclusive que nós tinhamos que parar de desenvolver essa briga entre universidade acadêmica e universidade corporativa e ter uma relação mais de parceria. Eles também chamam a atenção que não temos mais só que desenvolver o capital humano mas sim um capital social, criando e desenvolvendo a cultura da aprendizagem.
Por fim nós trabalhamos com a universidade corporativa em rede, percebendo, e aí desenvolvemos esse modelo aqui na Universidade Federal de Santa Catarina no programa de pós-graduação em engenharia e gestão do conhecimento. Onde nós identificamos que um não nega o outro. Esses seis estágios eles não eliminam anterior, pelo contrário, as empresas têm que se capacitar a trabalhar em rede mas de manterem uma dinamicidade onde cada desafio que ela precisa enfrentar ela possa se posicionar, como um departamento de treinamento, como um trabalho e-learning, como trabalho em rede ou com foco na sua cadeia de valor. Mas para que ela evolua e também e se posicione numa numa, como a gente fala, cadeia de valor da inovação aberta, onde ela trabalha muito mais com foco seus parceiros fluidos trazendo todos eles para o alcance do objetivo organizacional.
Sim e pensando agora no seu conhecimento… aonde estão as organizações brasileiras?
Pois é… Nós temos feito algumas pesquisas em grandes-médias empresas e em todas as palestras que também nós participamos e fazemos uma pesquisa com os participantes. Infelizmente nós estamos fortemente posicionados no segundo estágio. Nós temos a maioria das nossas empresas, mais de 68%, estão respondendo que estão no primeiro estágio de departamento de treinamento, mas como já se preparando para o segundo estágio, ou seja, de educação a distância. Tanto é que os maiores negócios hoje no Brasil na área de educação corporativa é a produção de objetos de aprendizagem para educação a distância. Por causa desse estágio que nossas organizações estão de investindo nesse segundo. Só que nós temos que evoluir bastante. Têm pouquíssimas empresas trabalhando gestão por competência. Saindo das grandes organizações, as médias não estão trabalhando nesse nesse nível ainda. Ainda mais em rede. E para nós evoluirmos no Brasil nós temos que inovar. Nós estamos sendo chamados a inovar e não se inova sem se trabalhar em redes de inovação. Então uma coisa leva a outra. Se eu sou chamado a inovar e preciso me relacionar com outros partícipes para que essa inovação aconteça, eu tenho que aprender a aprender em rede.
Ok, muito obrigado!