Série Treinamento virtual |2 de 5| Redesenhar a estratégia de aprendizagem

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Será que você precisa mudar seus treinamentos presenciais antes de realizá-los online? Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

Continuando nossa série especial sobre treinamento virtual, vamos abordar a primeira competência essencial que é o redesenho da estratégia de aprendizagem. Caso tenha perdido o cafezinho de abertura, sugiro que o assista antes deste. Vamos lá?

Se você acha que migrar um treinamento presencial para o virtual basta realizá-lo da mesma forma por meio de uma sala de aula online, você está completamente enganado. 

Como regra universal do design de aprendizagem, ao se mudar o meio ou o formato, o conteúdo e a interação precisam ser adaptados para proporcionar uma boa experiência de aprendizagem. Por isso, a estratégia de aprendizagem precisa ser redesenhada para atender aos objetivos definidos, respeitando as características e restrições do novo ambiente.

Já mencionamos no primeiro vídeo de que o grande, senão o maior risco a ser gerenciado é a perda de atenção dos participantes. A verdade é que depois de alguns minutos de exposição, as pessoas ficam entediadas e começam a buscar coisas mais interessantes para pensar ou fazer. Então, no virtual isso é ainda mais grave, pois as distrações são infinitas e a chance de alguém perceber que o participante não está lá de fato é muito baixa. 

Para contornar este desafio e se adequar bem ao novo ambiente, a experiência de aprendizagem precisa ser interativa, ativa e na medida certa.

Para proporcionar a interação, o número de participantes deve ser pequeno. De forma empírica, recomenda-se que este número não passe de 25 participantes por turma. Acima disto, estamos falando de atividades mais expositivas como o webcast e o webinar, que possuem maior audiência e menor interatividade.

Para proporcionar a aprendizagem ativa, o facilitador deve buscar a atuação dos participantes. Por isso, os estímulos e recursos adotados precisam ser variados a cada 4-5 minutos para não perder a audiência e buscar o máximo de participação nas discussões via áudio, chats, pesquisas e outros recursos disponíveis pela ferramenta adotada. Passar o conteúdo e expor todos os slides, não significa que as pessoas aprenderam. Isso vale também tanto no virtual, quanto no presencial! 

A duração também deve ser breve. Em 2012, acreditava-se que 90 minutos era a duração ideal de um treinamento virtual. Em 2016, a eLearning Guild Research reportou que idealmente a duração não poderia ultrapassar 60 minutos. 

É óbvio que estes números são apenas referências e podem variar. Provavelmente, um facilitador “show man” consiga segurar a audiência sem interação por muito mais tempo. Agora, quantos facilitadores “show man” você tem no time?

Mas afinal, como um treinamento presencial de 4h pode caber em apenas 1h de treinamento virtual? Pois bem, o primeiro passo é dosar as interações em mais de um encontro. O segundo passo é promover a aprendizagem híbrida, mesclando formatos e atividades síncronas – todos juntos -, e assíncronas – cada um no seu tempo -, de forma a encadeá-las adequadamente. O terceiro, é acompanhar e estimular a evolução dos participantes ao longo da jornada.

Como exemplo, imagine um workshop onde o facilitador dispõe de 4 horas para abordar um determinado assunto, promover uma dinâmica prática e consolidar os principais aprendizados. Provavelmente, ele teria que dividir isso em algumas atividades:

  1. Treinamento virtual (30 minutos): Rápida abertura para explicar a jornada, quais serão as atividades envolvidas e como as pessoas farão o seu percurso. Serve também para as pessoas se ambientarem na ferramenta, esclarecerem suas dúvidas e explicitarem suas expectativas.
  2. Videoaula (30 minutos): Exposição dos principais conceitos necessários para a prática.
  3. Treinamento virtual (60 minutos): discussão dos conceitos e orientação para a execução prática.
  4. Atividade de transferência individual (60 minutos): aplicação dos conceitos no trabalho.
  5. Treinamento virtual (60 minutos): discussão e reflexão da experiência, esclarecimento de dúvidas e fechamento.

Notem que ao invés de consumir um período todo, a jornada de aprendizagem consumiu até uma hora por dia em uma semana, sendo duas atividades flexíveis. Este novo desenho proporcionou ainda melhor retenção, pois adotou a aprendizagem espaçada e a dosagem ideal, assim como melhor transferência para a prática, por meio da execução em seu contexto. 

Agora, você pode pensar: “Isso parece ser complexo, talvez eu não precisasse de tanta prática e interação”. Então, vou falar que você está em busca na verdade de opções mais expositivas como o webcast, o webinar ou mesmo a videoaula. Por definição, o treinamento virtual é interativo, senão não há motivo algum para as pessoas combinarem de estar todas juntas online. Concorda?

No próximo cafezinho, falaremos da segunda competência essencial para você tirar o máximo do treinamento virtual: facilitar e engajar os participantes. Até mais!

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