Tendências e desafios do modelo 70:20:10

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Você já sabe de onde veio o 70:20:10, e agora, você sabe quais as principais tendências e desafios desse modelo? Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

Continuando nossa série, apresentaremos algumas tendências, bem como alguns desafios na atuação da educação corporativa.

Em relação ao “70”, que representa a aprendizagem on-the-job, temos três principais tendências associadas.

A primeira é o just in time learning. Ao distanciar a aprendizagem da aplicação causamos a redução da motivação, da atenção e da retenção dos novos conhecimentos, resultando em esquecimento. O just in time learning promove a aprendizagem puxada por uma necessidade atual da pessoa e que resulta em prática imediata.

De forma parecida, temos o suporte ao desempenho, que orienta a aplicação e promove feedback imediato.

A terceira é a experiência além do trabalho. Aprendemos por meio de experiências e às vezes o ambiente externo é mais rico para possibilitar certos aprendizados. Assim, é preciso considerar estas oportunidades, como por exemplo, o voluntariado e viagens guiadas.

Como principais desafios envolvidos neste bloco temos a maior conexão entre aprendizagem e trabalho e o estabelecimento de parcerias para a viabilização destas práticas.

Em relação ao “20”, que representa a interação com os outros, teremos como destaque a ampliação das redes para fora da organização. Assim, as conexões não se limitarão à fronteira alguma, envolverão cultivar networking externo com acadêmicos, especialistas, fornecedores e clientes-chave.

O desafio será desenhar uma rede social de trabalho ideal e mais aberta, e promover ações que sustentem as relações mais críticas e que tragam inovação para a organização.

Por fim, no “10”, que representa as ações educacionais estruturadas, temos três principais tendências.

A primeira é a oferta descentralizada e aberta de recursos educacionais. Em outras palavras, a universidade corporativa deixará de ser a única a prover recursos educacionais, tampouco estes estarão restritos às fronteiras da organização. Teremos no portfolio educacional conteúdos gerados de forma independente por especialistas de outras áreas e recursos públicos, como por exemplo, os disponíveis nas plataformas que oferecem cursos online abertos e massificados, os MOOCs.

A segunda é a aprendizagem adaptativa. Aqui, os conteúdos e as atividades se adaptarão ao aprendiz por meio de informações geradas a partir de avaliações, o que dinamizará o tempo de formação e de desenvolvimento.

A terceira é a aprendizagem ativa. Neste ponto o recurso é meio. O aprendiz deixa de ser passivo no processo e se torna ativo. A verdadeira aprendizagem ocorrerá pela superação de atividades bem próximas ao do contexto de trabalho.

Como desafios decorrentes deste bloco, as áreas de educação terão que estabelecer a distribuição de papéis e a curadoria dos recursos educacionais, disponibilizar com conveniência estes novos recursos nas trilhas de aprendizagem, bem como realizar todo o setup para possibilitar a aprendizagem adaptativa e a aprendizagem ativa.

Antes de finalizar, é importante ressaltar que mais do que um centro de ensino, a universidade corporativa deverá promover uma cultura de aprendizagem na organização, com governança estruturada, e buscar o protagonismo do colaborador em seu próprio desenvolvimento, disponibilizando suporte e orientação necessários.

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