Se conhecimento é poder, por que eu deveria compartilhá-lo? Hoje mostraremos que o verdadeiro poder está no seu compartilhamento e não na sua posse. Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.
José Cláudio C. Terra escreveu um artigo em que ele desvenda o mito de que conhecimento é poder. O seu verdadeiro valor e fonte de poder estão no compartilhamento de conhecimento. E esta afirmação faz ainda mais sentido no mundo conectado de hoje e com excesso de informações disponíveis na internet.
Aqui, faremos uma nova interpretação e organização dos motivos de compartilhar conhecimento. Começaremos com os ganhos de quem colabora e a seguir exploraremos sua consequência para o coletivo e para a organização.
Primeiro, ao compartilhar você precisa estruturar o conhecimento e transmiti-lo com clareza. Isso faz com que você consolide este aprendizado em sua cabeça.
Segundo, ao compartilhar com alguém, você cria uma moeda de troca e isso lhe abre portas para você poder solicitar quando você também precisar de ajuda.
Terceiro, ao compartilhar você passa a ser reconhecido como especialista em determinado assunto e isso faz com que você ganhe notoriedade e que exerça influência, além de contribuir para recompensas internas, como a autoestima e a autorealização.
Quarto, ao compartilhar você ganha exposição dentro da organização e do mercado, logo passa a ser preferido para novos desafios, oportunidades e posições dentro e fora da organização.
Quinto, ao compartilhar você amplia o senso de pertencimento em determinado grupo e expande o network.
Sexto, ao registrar e compartilhar seu conhecimento tácito você reduz o esforço e os custos de um novo compartilhamento. Além disso, você nunca perderá o conhecimento que compartilhou, mesmo que um dia você saia da organização.
Sétimo, ao compartilhar você capacita outras pessoas a resolverem os problemas atuais por si mesmas e passa a se concentrar em desafios novos e mais complexos, muitas vezes associados à inovação.
No primeiro item, além de você consolidar sua própria aprendizagem, contribui para a aprendizagem coletiva do grupo e também para a aprendizagem organizacional, caso este conhecimento seja institucionalizado e passe a compor o repertório de conhecimentos da organização. Isso diminui o risco de perda do conhecimento organizacional.
No segundo item, criação de uma moeda de troca, você estimula a atitude recíproca de colaboração e fortalece o senso de união. Em termos organizacionais, você estimula o ambiente e o clima de colaboração e de trocas.
No terceiro item, notoriedade e influência, você gera confiança nas pessoas e um porto seguro que elas podem contar. A organização pode mapear os fluxos de conhecimento das redes de colaboração e potencializar a gestão do conhecimento.
No quarto item, oportunidades de carreira, você passa a preparar melhor os altos potenciais e isso facilita os processos de sucessão e promove uma transição mais tranquila, além de contribuir para a retenção de talentos.
No quinto item, senso de pertencimento, você promove a identidade coletiva do grupo e isso amplia a integração organizacional e o alinhamento de objetivos comuns.
No sexto item, os custos marginais menores de compartilhamento ampliam o retorno do conhecimento por quem recebe, gerando economias de tempo e de trabalho. Logo, amplia o valor compartilhado na organização, gerando eficiência, competitividade e redução de despesas em capacitação.
No sétimo item, ao capacitar as pessoas você as torna independentes de você e promove a capacidade da organização de resolver problemas complexos e de promover a inovação.
Viram, são tantos benefícios pessoais, coletivos e organizacionais para ainda querer acreditar que a mera posse de conhecimento é sinônimo de poder. Provavelmente outra pessoa já deve ter compartilhado e logrado o que você ainda tanto esconde.
Inspirado em: José Cláudio C. Terra – Sharing knowledge as a source of personal power