Dois temas que vêm ganhando destaque nas organizações são inclusão e diversidade, mas o que podemos esperar ao investir nessas iniciativas? Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.
Apesar das iniciativas de inclusão e diversidade serem pontuais e ainda incipientes, as organizações que levaram o assunto a sério estão colhendo seus frutos.
Em 2018, uma pesquisa publicada pela Mckinsey identificou que há uma relação positiva com significância estatística entre diversidade e resultados financeiros. Para isso, analisou a rentabilidade e a geração de valor no longo prazo de mais de 1.000 organizações em 12 países em relação aos níveis de diversidade de cada organização.
As organizações com maior diversidade cultural, étnica e de gênero, que compuseram o grupo do primeiro quartil, apresentaram melhores desempenhos financeiros em relação ao grupo de organizações do quarto quartil, ou seja, com menor diversidade, respeitando a comparação entre empresas de uma mesma indústria.
Na diversidade de gênero entre os executivos, o grupo de organizações com maior representação feminina obteve 21% a mais de rentabilidade do que o outro grupo. Em relação à diversidade étnica entre os executivos, esta diferença alcança 33% também favorecendo o grupo com maior diversidade.
Esses resultados se mostraram próximos nos 12 países contemplados pela pesquisa.
Embora exista uma relação entre diversidade e desempenho financeiro, não podemos afirmar que esta seja uma relação de “causa-efeito”. Mesmo assim, por outro lado há hipóteses que justificariam esses resultados como, por exemplo:
- As organizações com maior diversidade são mais capazes de atrair os melhores talentos;
- As organizações com maior diversidade têm melhores índices de satisfação e clima organizacional;
- As organizações com maior diversidade têm melhores processos de tomada de decisão;
- As organizações com maior diversidade são mais orientadas ao cliente.
Como outro ponto de vista, poderíamos dizer que organizações com processos de gestão mais maduros e evoluídos alcançaram o estágio necessário para encampar programas de Inclusão e Diversidade (I&D) no planejamento de sua força de trabalho e na sucessão das suas lideranças. Assim, essa mesma maturidade de gestão também contribui para a melhor rentabilidade.
Por fim, avanços de um lado, estagnação do outro. É válido mencionar que embora as organizações estejam investindo em iniciativas de inclusão e diversidade, o nível de representação de mulheres e minorias nos níveis executivos continua muito abaixo do ideal e houve pouca variação entre as pesquisas publicadas em 2015 e 2018.
Esta transformação é lenta, porém tende a crescer com o tempo. As organizações precisam aprimorar seus critérios de recrutamento e seleção para oxigenar a diversidade e promover a inclusão, bem como estabelecer ações de fast track na carreira e programas de desenvolvimento para acelerar o crescimento destas pessoas aos níveis estratégicos da organização.
Caso tenha gostado deste cafezinho, não esqueça de curtir este vídeo e compartilhar com seus colegas no trabalho! Até mais!
Fonte consultada: Mckinsey&Company: Delivering through diversity. 2018