Você sabe identificar os pontos críticos antes de iniciar a construção de suas trilhas de aprendizagem? Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.
Apresentaremos seis questões fundamentais para você buscar respondê-las na fase de Análise. Este modelo te ajudará a aprofundar o diagnóstico para que possa desenhar sua trilha de aprendizagem em seu aspecto mais amplo. Pontos mais específicos e operacionais de desenho serão explorados em outra ocasião.
A duas primeiras questões servem para qualquer ação educacional: “Por quê?” e “Quem?”. A primeira, “Por quê?”, contribui para a definição dos resultados esperados pela organização, afinal por que estou fazendo isso? Este elemento serve tanto para conectar as ações educacionais aos objetivos organizacionais, quanto para se checar posteriormente na avaliação de resultados se o impacto foi alcançado, ou não.
A segunda, “Quem?”, é o levantamento do perfil do público-alvo a ser desenvolvido. Devemos ter uma compreensão clara de suas preferências, conhecimentos e experiências prévias, contextos de aprendizagem, dedicação, motivação, autonomia, localização, entre outros fatores. Esta leitura fará você perceber, por exemplo, qual a lacuna de aprendizagem existente entre onde a organização espera que as pessoas estejam e onde de fato elas estão hoje, bem como indicar estratégias educacionais e linguagem mais apropriadas. Por fim, auxiliará a elaboração da estratégia de implementação.
Uma vez definido o resultado esperado e o responsável por trazê-lo, é preciso definir o prazo ideal para que o indivíduo esteja pronto. Assim, o “Quando?” estipulará o prazo de prontidão dos aprendizes.
Em muitos casos, o “quanto antes melhor” e o “para ontem” são frequentes como respostas, mas se fossem verdades o aprendiz deveria parar de fazer tudo que está fazendo para se dedicar exclusivamente às ações educacionais, e sabemos que isso não é possível. Por isso, é preciso determinar esta duração considerando sua dedicação e o tempo necessário para se cumprir os objetivos de aprendizagem. Um outro ponto relacionado ao “Quando?” é que cada ação educacional precisa ser adotada no momento certo e na sequência certa ao longo da trilha.
A quarta questão “O quê?” remete às competências a serem desenvolvidas, desdobrando-as em capacidades e detalhando-as em objetivos de aprendizagem. Ao final da ação educacional, o que os participantes deverão fazer de diferente? É importante manter sua conexão com os resultados esperados, que muitas vezes considerarão aspectos do negócio em um horizonte futuro.
Também, este é passo é essencial para se definir as estratégias de aprendizagem, bem como delinear conteúdos essenciais e atividades críticas para se desenvolver as competências definidas.
Em associação ao “O quê?”, temos o “Quanto?”, ou seja qual é o desempenho a ser demonstrado. É fundamental compreender a entrega e sua produtividade esperada, pois é a partir daqui que acompanhamos a evolução da pessoa na trilha e dizemos se ela está apta, ou não. Segundo Brach (2009), um objetivo de desempenho é formado por três elementos: o que os participantes farão (desempenho), em quais circunstâncias (condição) e com quais padrões de qualidade e aceitação (critérios). Este passo também é essencial para se definir a avaliação da aplicação.
Todas estas questões anteriores impactarão o “Como?”. Em outras palavras, quais as estratégias de aprendizagem serão adotadas para se garantir o cumprimento dos objetivos educacionais (“O quê?”) e de desempenho (“Quanto?”), alinhados ao perfil do público-alvo (“Quem?”) e ao prazo definido (“Quando?”), que resultarão nos resultados esperados (“Por quê?”).
Enfim, respondida estas questões, você poderá iniciar as fases de Desenho e de Desenvolvimento de sua trilha de aprendizagem e das ações educacionais que a compõe. E, lembre-se que um dos erros mais comuns no processo de design educacional é pular a fase de Análise, outros bem frequentes a serem evitados nesta fase são não envolver stakeholders e não conhecer seu público-alvo. Fica a dica!