Educação corporativa em crise econômica

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Sofrendo para navegar em tempos de crise? Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

Velejar com vento soprando a favor é algo bastante tranquilo. Difícil mesmo é navegar em mares revoltos dispondo de poucos recursos.

No cafezinho de hoje falaremos como a educação corporativa deve corresponder com três movimentos comuns das organizações em crises econômicas: retração, expansão e reflexão.

  1. Retração: lidando com cortes

O primeiro movimento comum das organizações em períodos de crise econômica é ajustar o seu tamanho a uma redução de despesas. Com isso, o número de demissões tende a ser maior do que o número de contratações, chegando em muitos casos a cortar a própria carne além da gordura.

Para os que ficam, as pessoas precisam conciliar as emoções decorrentes do medo em serem as próximas a serem demitidas, ao mesmo tempo em que estão mais sobrecarregadas e estressadas por assumir novas funções e processos.

Imagine um gerente júnior, por exemplo, que foi promovido sem o mesmo salário do seu chefe que foi embora e que precisa mostrar resultados com uma equipe reduzida e abalada emocionalmente.

Neste momento de busca de eficiência e de produtividade, o foco acaba sendo a sobrevivência no curto prazo, assim a educação corporativa precisa focar mais na entrega de ações de impacto imediato do que em ações de desenvolvimento de longo prazo.

Também, deve investir mais em ações de suporte ao desempenho do que em ações de treinamento tradicional. Assim, além de colocar aprendizagem no próprio processo de trabalho, deve-se criar uma rede de suporte social para que as pessoas encontrem um ambiente de solicitude e de compartilhamento ágil do conhecimento.

Alguns gurus falam que a saída da crise é investir em educação. Não discordo deles, apenas destaco que antes de tudo é preciso garantir o dia depois de amanhã, daí sim equacionado o urgente podemos pensar em ações importantes de médio e de longo prazo.

Desta forma, rever o orçamento e gerar economias é uma lição de casa obrigatória ao momento. Então, renegocie contratos e serviços com fornecedores, elimine serviços e tecnologias subutilizadas e promova mais ações de aprendizagem informal de baixo custo do que ações estruturadas de alto custo.

Neste caminho, a programação dos treinamentos precisa ser economicamente viável. Aqui, mais do que checar a possibilidade do desembolso financeiro no orçamento, é preciso atestar que o benefício gerado no curto prazo seja maior que o investimento na ação, sobretudo considerando o tempo das pessoas que é o recurso mais escasso e valioso.

  1. Expansão: impulsionando estratégias

O segundo movimento comum em tempos de crise econômica é a busca de uma saída. Assim, para alavancar o crescimento das receitas novas estratégias são lançadas e projetos de aprimoramento e de inovação são encampados.

A educação corporativa precisa monitorar de perto a formulação de estratégias para poder prever e desenvolver medidas de suporte, pois com certeza elas envolverão mudanças comportamentais e na atuação das pessoas, assim como desdobramentos para toda a organização.

Também, se possível, a educação corporativa precisa olhar para o mercado e tentar identificar alguma oportunidade para as suas competências. Caso ela atender as condições para a geração de receita a partir dos seus serviços, poderá ser percebida como uma unidade de negócios e não como um centro de custo.

  1. Reflexão: promovendo autorreflexão

O terceiro movimento é aproveitar este momento de mudanças e de adaptações para provocar a reflexão da organização, pois é na crise que os problemas e as ineficiências ficam expostos, assim como surgem oportunidades e novas visões. Desta maneira, a realização de fóruns, a promoção de pesquisas e a busca de novas competências e pensamentos para oxigenação poderão contribuir neste processo.

A educação corporativa também deve pensar sobre sua própria atuação. Logo é necessário promover projetos para buscar rever o alinhamento estratégico, repensar a estrutura, os processos e a governança, assim como reavaliar o portfolio e as estratégias de aprendizagem.

Aproveite também para reavaliar e atualizar as tecnologias e elaborar um plano para intensificar a migração do presencial para o digital, gerando assim economias mais duradouras.

Enfim, a crise não apenas restringe recursos e traz cortes, mas também torna possível opções e oportunidades até então não consideradas, assim como permite uma reflexão profunda e transformadora. Não podemos ficar parados. Precisamos lidar melhor com os problemas e conquistar uma saída. E quando a crise acabar esperamos que a organização e as pessoas possam estar melhores e mais maduras.

Como a crise está para você e sua organização? Pense e elabore um plano de ação para dançar a música que está tocando. Até mais!

Imagem síntese com resumo dos principais pontos da aula - Educação corporativa em crise econômica

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