O que é mais difícil desenvolver?

Compartilhe!

O que é mais difícil de se desenvolver: conhecimentos, habilidades ou atitudes? Olá, eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

Competência não é estoque, é a mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes de uma pessoa para a realização de uma entrega. 

Quando este assunto é trabalhado do ponto de vista da aprendizagem, é natural desagregarmos uma competência em componentes menores para compreender melhor como conteúdos e atividades farão parte das experiências de aprendizagem.

Será que algum deles é mais difícil de desenvolver? Será que podemos trabalhar estes elementos em separado? Vamos ver estas respostas a seguir.

Conhecimentos x Habilidades x Atitudes

Essencialmente, as pessoas expandem seus conhecimentos quando atribuem sentido e significado para novas informações. Assim, aprendemos quando somos capazes de compreender um determinado assunto e tomar melhores escolhas. Neste campo, alguns desafios agravam a obtenção de conhecimentos.

O primeiro deles é em como lidar com a abundância de informações e acompanhar a velocidade de geração delas, pois está cada vez mais difícil encontrar tempo para consumir a coisa certa, na fonte certa e na medida certa.

O segundo deles é em como lidar com a complexidade. No geral, a tecnologia tem capturado as atividades repetitivas e de pouco valor agregado, restando ao homem atividades mais nobres que requerem muito domínio. Logo, precisamos atuar em níveis mais elevados de entrega em que o conhecimento necessário é bastante denso e complicado.

O terceiro é lidar com a inconstância. O que funcionava há pouco tempo, não é mais a melhor solução. Uma nova descoberta, invalida certos conhecimentos. Enfim, a todo instante, descobrimos formas mais eficientes e eficazes de realizar as coisas.

Apesar, destes três desafios que não são pequenos, o conhecimento não é o elemento mais difícil de se desenvolver. Requer um certo esforço, mas de certa forma é transponível.

A habilidade é o conhecimento em ação. Mais do que compreender e decidir, precisamos executar atividades tanto cognitivas, quanto manuais. 

A destreza, ou perícia, é o reconhecimento desta capacidade aplicada. Sua obtenção começa com uma orientação guiada, mas se consolida por meio do exercício, da repetição prática e do aprimoramento contínuo a partir de experiências e desafios do cotidiano.

A automatização da execução ocorre quando somos capazes de realizar a atividade sem necessariamente nos concentrarmos nela como, por exemplo, dirigir um automóvel. 

Em termos de complexidade, a habilidade está um degrau acima do conhecimento, pois não basta acertar a resposta correta, é preciso executá-la com qualidade. Mesmo assim, o abismo entre o saber e o saber fazer é transponível com esforço e feedback.

Então, já deu para perceber que a atitude é o elemento mais difícil de se desenvolver, não é? Vamos entender o porquê.

O desafio está no campo da mudança comportamental, pois além do aprender temos que enfrentar as resistências do desaprender. Estamos falando de crenças e valores fortemente enraizados que regem o comportamento de uma pessoa há um longo tempo. 

O desconforto da pessoa durante o processo de mudança é enorme e muitas vezes, por mais que consigamos convencê-la pela razão, a força do hábito está sempre presente para regredir o comportamento ao estágio inicial de forma imperceptível.

A desconstrução e a consolidação de um novo hábito levam entre dois a três meses, isto é, se formos assertivos no uso correto de estímulos, de reforços, de recompensas e de acompanhamento. Outro agravante, é que o fator social é crucial para o sucesso, ou seja, de nada adianta o indivíduo querer mudar e se esforçar para isso se as pessoas e o contexto em que ele trabalha não proporcionarem alinhamento nesta mudança.

Lógico que um recrutamento que leva valores em consideração e um bom processo de socialização amenizam a situação, porém alterar o DNA de uma organização não é nada fácil, sobretudo para aqueles com mais tempo de casa.

Podemos trabalhar estes elementos em separado? Não.

Apesar de conhecimentos, habilidades e atitudes serem comumente demonstrados de forma desagregada, no final do dia é imprescindível tratá-los como um conjunto único e indissociável.

Ao fragmentarmos esses elementos em processos de aprendizagem distintos, dificilmente as pessoas conseguirão reconectar o todo e produzir o desempenho esperado.

Imaginem a dança social, como um exemplo didático. Se a pessoa aprender em separado o conhecimento envolvido – como, a teoria dos estilos musicais e do ritmo – a habilidade requerida – como, a execução de passos e a coordenação motora -, e a atitude positiva – como, a ousadia, a criatividade e o respeito -, dificilmente ela aprenderá a dançar, ainda mais quando juntar com uma parceira, ou parceiro.

Se aprende dançar, dançando. Se aprender liderar, liderando. Se aprende fazer qualquer coisa, fazendo. Entretanto, reconhecer cada um de seus elementos ajudará a criar uma experiência de aprendizagem bem mais completa e envolvente.

Existem inúmeras técnicas para aprimorar cada um deles em separado, entretanto o que torna a jornada de aprendizagem efetiva é combinar todos eles em uma ação integrada.

Agora que você descobriu mais esta, reflita se o seu portfolio de soluções de aprendizagem trabalha os componentes de forma agregada, ou se há um potencial de aprimoramento. Siga nossas publicações e mantenha sua reflexão ativa! Até mais!

Tela final da aula: O que é mais difícil desenvolver?

Compartilhe!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *