Principais erros do design de aprendizagem. Parte II: Desenvolvimento, Implementação e Avaliação

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Por que suas ações de educação corporativa nem sempre trazem os resultados esperados? Continuando nosso cafezinho anterior, você sabe quais são as falhas mais frequentes na construção, execução e avaliação de uma solução de aprendizagem? Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

No último cafezinho, abordamos os principais erros cometidos nas etapas de Análise e Design de uma solução de aprendizagem. Continuaremos então explorando as etapas de desenvolvimento, implementação e avaliação.

Na etapa de “Desenvolvimento” você construirá todos os recursos e atividades de aprendizagem. A partir deste ponto, a visão mais consultiva e de negócios abre espaço para a gestão de projetos e a atenção aos detalhes instrucionais.

O primeiro erro é a incapacidade de gerenciar projetos e fornecedores. Analistas de educação e DIs enfrentam desafios para conduzir um portfolio de projetos que envolve a participação de diversas pessoas. Especificamente sobre os fornecedores, há o desafio extra de avaliar as entregas com criticidade e de cobrar prazos com a qualidade definida.

O segundo erro é subestimar os custos de desenvolvimento. Se o orçamento é apertado, isso é uma premissa do projeto que deveria ter sido considerada nas etapas anteriores. Assim, a escolha do escopo e dos formatos possíveis teria sido melhor planejada. É importante ter referências de custos de desenvolvimento para não inviabilizar tardiamente o desenho.

O terceiro erro é não mobilizar adequadamente os conteudistas. O conhecimento tácito está na cabeça das pessoas e a colaboração delas é fundamental para extrair e formatar os conteúdos. Porém, a rotina e as metas individuais impedem a contribuição no volume necessário, por isso é importante pensar em soluções que engajem estes especialistas.

O quarto erro é a desatenção às soluções de aprendizagem informal. O foco passa a ser na elaboração da aprendizagem estruturada e tudo que é informal tem sua responsabilidade largada ao acaso. Se a aprendizagem informal corresponde a teoricamente 70% no on the job e 20% no social, suas ações deveriam ser priorizadas em termos de atenção no desenvolvimento.

O quinto erro é não dar ênfase suficiente na experiência do usuário. Lembra a análise do aprendiz que não foi feita? Então, ela vai impactar aqui. Ao não se pensar no usuário, você provavelmente errará em envolvê-lo adequadamente em sua ação.

Por fim, nesta etapa, o sexto erro é não conduzir revisões formativas e turma piloto. Checar a capacidade das atividades em atingir os objetivos de aprendizagem é uma tarefa fundamental para o sucesso da ação, por isso é importante conduzir momentos de reflexão durante a construção, assim como uma primeira turma em caráter experimental antes de desdobrá-la para toda a organização.

Na etapa de Implementaçãovocê colocará todo o plano de ação em prática e envolverá os aprendizes.

O sétimo erro é não preparar adequadamente os atores do processo. Facilitadores e multiplicadores não são preparados adequadamente, participantes são convocados sem estarem cientes do propósito da ação e líderes não sabem o que fazer quando estes participantes voltarem da ação. Enfim, algo errado certamente ocorrerá.

O oitavo erro é não planejar a implementação. O alinhamento entre a operação e a capacitação é fundamental, sobretudo quando o elo mais fraco, que é a capacitação, quiser competir por sua relevância.

O nono erro é não convidar os stakeholders a participarem. Se a ação existe é porque contribuirá ao negócio, assim a presença de executivos do negócio na abertura da ação impactaria positivamente na percepção das pessoas e ajudaria a explicitar sua importância.

O décimo erro é gastar tempo e recursos em itens que não agregam valor à aprendizagem. Na busca por uma boa avaliação de reação, gasta-se muitos recursos em floreios que não agregam valor ao resultado maior esperado.

E na última etapa, a “Avaliação”, você irá medir os resultados e impactos alcançados.

O décimo primeiro erro é esperar o fim da ação para pensar na avaliação. Aqui, Inês é morta, ou seja, é tarde demais para pensar em como avaliar. Esta preocupação deveria ter sido feita na etapa de design.

O décimo segundo erro é desconsiderar os esforços para levantar informações e dados. Os dados existem? Já são coletados? Ou você que terá que levantar isso? Quanto tempo isso consumirá? É importante encontrar essas respostas para se checar a viabilidade em sua mensuração

O décimo terceiro erro é não equilibrar evidências quantitativas e qualitativas. Números  podem ter um grande impacto, porém quando estamos avaliando resultados subjetivos ou indiretos, a percepção de um gestor poderá ser mais útil e viável para se checar os resultados.

O décimo quarto erro é limitar-se à avaliação de reação. Pela conveniência, muitas pessoas se restringem a avaliar a satisfação dos participantes, mas isso é insuficiente para determinar o sucesso da ação, como já abordamos em outro cafezinho.

Por fim, o último erro é não realizar o aprimoramento contínuo. Ou seja, a essência da avaliação é a melhoria da ação e não a satisfação de sua curiosidade, por isso se deve gerar um plano de ação e não arquivar as informações na gaveta.

Agora que você conhece os principais erros do design de aprendizagem, pense com sua área em como aprimorar este processo em sua organização. No Espresso3 você poderá obter inúmeras respostas para as suas indagações. Até mais!

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