Olá voltamos a falar com o Felipe Spinelli, Diretor Superintendente de Ensino do Einstein, e agora nós vamos falar sobre práticas inovadoras na aprendizagem. Eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.
Felipe, quais as práticas de aprendizagem que você considera inovadoras tanto no ensino quanto na educação corporativa dos funcionários daqui do Einstein?
Bem, o que temos tentando, de fato, é fazer com que os treinamentos sejam cada vez mais ativos. Este é um dos grandes desafios. Um dos sensos que centros que temos aqui que é uma referência é o centro de simulação realística. Eu acho que ele é realmente o estado da arte em termos de prática. Lá você tem robôs que respiram, reagem a estímulos, você consegue recriar cenários bem realistas.
Também fazemos situações com atores, então um outro curso conhecido nosso é como dar uma má notícia, infelizmente, algo do dia-a-dia do médico, mas que não é ensinado, por exemplo, nas faculdades e algo muito importante, quando você fala com um familiar, com um paciente, naquele momento que ele descobriu, ficou sabendo de um câncer ou de um falecimento de alguém da família. Hoje trabalhamos com a teoria, mas trabalhamos com a prática de uma forma muito presente, muito viva.
Temos, também, tentado levar isto para mais cursos. Não só dentro do Centro de simulação realística, o desafio é que as aulas também sejam ativas. Por exemplo, na faculdade de medicina, fizemos todo um currículo baseado em metodologias ativas de ensino. Usamos o TBL, que é o Team-Based Learning, como a principal metodologia de dinâmica ativa de ensino.
Botamos isso na prática para acontecer, se formos agora na faculdade você vai ver que as aulas estão acontecendo assim, ou seja, queremos que realmente 50, 60, 70, 80, 100% das aulas sejam neste modelo, fazendo cada vez mais a sala de aula invertida, o flipped classroom, onde o conteúdo é trabalhado, estudado antes de diversas formas, com ensino a distância, com outros recursos de vídeo e quando eles estiverem em sala seja para discussão, seja para a prática, isso também nós vemos na garotada hoje, que traz um engajamento, que ele vai ficar em sala, vai ficar ligado, não vai pegar um celular, não vai sair da sala, não vai se desligar, às vezes ele está ali, mas não está.
Cada vez mais trazemos estas práticas para o nosso dia-a-dia e o desafio, voltando ao treinamento corporativo, como eu citei lá atrás, são 1.600 temas e o desafio é como você, de fato, capilariza essas metodologias e aí entra treinamento de docentes, formatos de ensino e é algo que estamos trabalhando muito fortemente, muito firme no ensino.
Legal! Vamos lá, tem dois tipos de alunos, aquele que vai abraçar e aquele mais conservador, tradicional, que vai querer ficar sentado escutando. Como você tem sentido esta percepção do ponto de vista do aprendiz? Tem sido valorizada? Tem sido criticada? Tem sido aceita?
O que temos visto, quando o ciclo é feito todo correto, ou seja, o ciclo em termos de definição dos conteúdos e daquele currículo corretamente, com a discussão de quais são os objetivos de aprendizagem para aquele aluno, naquele conteúdo, naquela aula e aí sim, quais são as melhores dinâmicas de ensino frente àquele conteúdo, o que vemos é que todo este ciclo é seguido no desenho do curso, na aplicação do curso, o engajamento do aluno é altíssimo.
Não é você apenas pegar qualquer prática, dinâmica de ensino, “Ah, eu tenho que colocar uma coisa ativa e vou usar um case aqui”, é você, de fato, fazer toda uma lógica de dinâmica que faz sentido para aquele momento, para aquele treinamento.
Vemos hoje o inverso, o aluno quer isso. O que tem acontecido é que quando chega aquele professor tradicional, vira para o quadro e começa a falar e escrever, em 15 minutos todo mundo para e fala “isso é pegadinha?”.
É um estímulo e que é um desafio para nós muito grande, pois quando você começa a falar em colocar tudo neste formato é diferente de você falar “vou fazer um curso assim, uma aula assim”, tem sido um desafio para o próprio ensino que criamos, mas que estamos correndo atrás dele, pois realmente faz muito sentido para nós quando falamos de treinamento interno também. Você pega um funcionário que demorou às vezes 1h, 2h para se deslocar até aqui, que tem um dia puxado na assistência, atendendo paciente, que ele tem que estar sorrindo, e coloca ele em sala de aula, se você não tiver uma dinâmica ali que gere engajamento, que seja boa, você vai falar para ele 1 ou 2h e ele não vai levar nada. Sabemos pelas teorias que ele vai saber 10%, eu acho que nem os 10% ele vai saber depois de 15 dias ou 1 mês.
OK! Muito obrigado
Obrigado!
Não percam a continuidade desta entrevista aqui no Einstein! Muito obrigado!