Você acha que após a pandemia o treinamento presencial voltará ao normal? Olá, eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.
Em um webinar realizado em março de 2021, um participante me perguntou se o treinamento presencial voltaria ao normal após o fim do distanciamento social.
Antes de responder, é válido lembrar que até 2019 o treinamento presencial equivalia a ¾ das capacitações realizadas no Brasil e que adoção da aprendizagem digital evoluía de maneira gradual, porém em passos lentos.
Com a pandemia, a transformação digital das empresas foi acelerada em geral e não diferentemente as atividades de treinamento e de desenvolvimento também migraram, até porque medidas restritivas impossibilitaram a aglomeração de pessoas. Em outras palavras, o treinamento presencial deixou de ser uma opção.
Acredito que a aprendizagem digital é um caminho sem volta. O presencial poderá retomar, porém em proporção bem menor que o digital e para certas finalidades.
Fundamento esta opinião em cinco justificativas.
Primeiro, os orçamentos estão apertados e é preciso economizar.
A crise econômica que acompanhou a pandemia impactou severamente as operações e as receitas das empresas. Consequentemente, o orçamento das universidades corporativas e das áreas de T&D foi reduzido consideravelmente. A pesquisa Panorama do Treinamento no Brasil apontou que 2/3 das organizações tiveram em média 51% de redução por causa da pandemia. Ou seja, operam com metade do valor que costumavam a trabalhar.
Transporte e hospedagem são despesas que não geram valor, até então cerca de 20% a 50% do orçamento era consumido com logística dos participantes. Esta proporção leva em consideração a dispersão geográfica da empresa. Ou seja, quanto mais dispersa, maior é o gasto com logística.
Logo, o meio digital é a via mais econômica para continuar com as ações de formação e desenvolvimento, sobretudo em tempos difíceis.
Segundo, não há barreiras comportamentais para o treinamento online ao vivo. Atuo com ferramentas de webconferência desde 2012 e sempre encontrei resistências e rejeição ao uso, independente do público. Em 2020, as reuniões online se tornaram o novo normal e de quebra as aulas e os treinamentos foram aceitos, pois era a única forma de continuarem.
Como já superamos um ano de distanciamento social, as pessoas se habituaram com esta interação pelo computador, inclusive com diversas delas preferindo inclusive o home office.
Terceiro, conveniência para os participantes. Sem as dificuldades de deslocamento e de ficar um dia inteiro em um treinamento, as pessoas envolvidas perceberam o valor da conveniência. Tanto da participação em atividades ao vivo de menor duração, quanto do consumo de recursos autoinstrucionais.
Assim, fica mais fácil acomodar o desenvolvimento na agenda.
Quarto, melhor aderência às boas práticas da ciência de aprendizagem. Capacitações de 8h seguidas geram excesso de informação que não pode ser digerido e memorizado pelas pessoas. A consequência é que 80% deste conteúdo será esquecido em menos de um mês. Conteúdo não memorizado é conteúdo não compreendido. Conteúdo não compreendido é conteúdo não aplicado. Conteúdo não aplicado é zero de resultado.
Para contornar isso, podemos aplicar na aprendizagem digital as três estratégias-chave para a memorização: a prática de recuperação, a prática espaçada e a prática intercalada, conforme orientações do livro “Make it Stick”.
Quinto, as novas ferramentas digitais. Com o aquecimento deste mercado, antigas ferramentas foram popularizadas e novas ferramentas foram lançadas. Estou falando das ferramentas de interatividade e lousas digitais como, o Jamboard, Mentimeter, Miro, Kahoot!, entre outras.
Também, startups e novas soluções vem intensificando as opções no sentido de aprimorar a experiência dos usuários, aumentando assim a adesão.
E você? Como está a sua estratégia de aprendizagem digital? Saiba que não dá mais para esperar o retorno do presencial. Entre no site do canal Espresso3 e explore os conteúdos que te ajudarão a ter sucesso em sua construção. Até mais!
