Como as empresas de tecnologia lidam com a escassez de talentos digitais

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Você sabe como as empresas de tecnologia lidam com a escassez de talentos digitais? Olá eu sou Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

Já abordamos diversos tópicos sobre a escassez de talentos digitais, upskilling e reskiling e como atrair e desenvolver talentos digitais. Neste cafezinho abordaremos ações de cinco empresas de tecnologia que são referência na atuação.

A falta de talentos impacta sobretudo na capacidade da empresa de inovar e aumenta suas despesas com a folha de pagamentos. Também, coloca em xeque a viabilização de estratégias de negócio e ainda pode dificultar a adesão de seus produtos no mercado por conta da falta de mão de obra qualificada.

A dinâmica das empresas de tecnologia não permite esperar por uma resposta do sistema formal de ensino, por isso os principais competidores lançaram suas próprias iniciativas educacionais para contornar a escassez de talentos.

Tradicionalmente, a indústria de tecnologia investe mais em ações de educação do que outras indústrias, pois a complexidade do conhecimento e a velocidade de atualização são maiores. Entretanto, estas empresas estão cada vez mais buscando jovens que ainda não entraram no mercado de trabalho e pessoas que querem delinear uma carreira neste segmento.

O que estes programas têm em comum é que são ações globais que reúnem diversos cursos gratuitos voltados para suprir as suas necessidades diretas de talentos, bem como a de parceiros, ou mesmo para permitir que seus clientes consigam trabalhar com suas tecnologias. 

Os conteúdos são curados e elaborados por especialistas do mercado, ou da própria organização, e proporcionam experiências de aprendizagem aprimoradas por dados e complementadas por ações síncronas e até presenciais.

Como diferenciais, boa parte dos programas também integra processos para conectar os participantes aos processos de recrutamento e seleção. Também, certificações e distintivos são utilizados como uma forma de comprovar o domínio de certos conhecimentos.

Estas empresas não atuam de forma isolada, integram consórcios e parcerias com instituições, empresas, plataformas e ONGs que promovem ações sociais de inclusão e de acesso ao mercado de trabalho. A Per Scholas, por exemplo, consegue empregar mais de 80% das pessoas em menos de um ano após a formação, sendo que 87% delas são afrodescendentes. 

Assim, democratiza-se o acesso a uma carreira tech, já que a pessoa pode se inscrever, realizar os cursos, obter os certificados ou badges e se candidatar para as vagas de empregos. Inclusive, para se candidatar a uma vaga nesta área basta comprovar o sucesso nos cursos, já que algumas destas empresas sequer requisitam formação em nível superior, como é o caso do Google.

A IBM tem algumas iniciativas neste sentido, aqui apresentaremos duas. O P-Tech é uma parceria entre escolas e a indústria que proporciona a jovens carentes uma oportunidade de educação inovadora e experiência de trabalho. Desenvolve habilidades em ascensão como: blockchain, ciência de dados, inteligência artificial, entre outros.

A segunda iniciativa, o SkillsBuild, promove aprendizagem focada na obtenção de empregos. Além de conteúdo online, os participantes recebem mentoria de profissionais da IBM para desenvolver projetos reais e construir seu portfolio. Entre os cursos, estão disponíveis: desenvolvimento web, cibersegurança e análise de dados.

A Infosys lidera um consórcio de empresas em uma iniciativa chamada Reskill and Restart, voltada para a América retomar o trabalho. Lançada em 2020, as pessoas podem realizar avaliações de autoconhecimento, escolher posições de emprego e realizar cursos voltados para seu domínio. Do outro lado, recrutadores avaliam o desempenho das pessoas nos cursos e convidam para entrevistas de emprego não só na área de tecnologia, como também para as áreas funcionais. Infelizmente, esta ação ainda é exclusiva para empresas americanas.

A Amazon Web Service (AWS) além de oferecer uma ampla gama de opções de treinamento e certificação para seus clientes, também oferece currículos, recursos e serviços gratuitos para a educação formal. O AWS Educate promove o desenvolvimento de habilidades de nuvem e oportunidades de emprego na área. Integra centenas de milhares de estudantes, mais de 10 mil educadores e 2.400 instituições de ensino em 200 países. Os participantes podem escolher: Internet das coisas, cientista de dados, jogos, desenvolvedor de apps, entre outros cursos.

O Google oferece o Grow with Google, um conjunto de treinamentos, certificações e recursos para desenvolver habilidades, carreiras e negócios. Com o propósito de democratizar as oportunidades criadas pela tecnologia, mais de 7.500 parceiros se juntaram para promovem workshops, treinamentos presenciais e coaching individualizado. Sem contar com os diversos cursos online oferecidos.

A Cisco promove desde a década de 1990 a Cisco Networking Academy, uma iniciativa de grande impacto social que já pudemos dedicar um cafezinho exclusivo para este caso.

Enfim, as empresas de tecnologia já descobriram que para lidar com a falta de talentos é preciso investir pesado em ações educacionais e contar com parcerias estratégicas. Como benefício, estas empresas conseguem ampliar o acesso aos seus produtos, viabilizar o uso de seus serviços, garantir a oferta de mão de obra e ainda construir uma imagem socialmente positiva.

Infelizmente, uma parte destas inciativas citadas está restrito ao idioma inglês. Acreditamos que aos poucos, a oferta em português será impulsionada e em breve teremos mais acesso a estas oportunidades.

E você? Conhece outras iniciativas semelhantes no Brasil? Então poste abaixo e ajude a compartilhar boas ideias. Até mais!

Resumo da aula: Como as empresas de tecnologia lidam com a escassez de talentos digitais

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