Série Américo Figueiredo | 6 de 6 | Novas competências dos executivos de RH

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Voltamos com Américo Figueiredo e agora vamos falar sobre as novas competências dos executivos de Recursos Humanos.

Eu sou o Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

Américo, quais as competências que emergiram por conta do novo cenário de negócios?

Olha, com cuidado de não pretender esgotar o assunto, mas uma competência, ou algumas competências que me chamam muito a atenção. Primeiro uma competência de desaprender, ou seja, nós precisamos ter a coragem de reconhecer que parte do nosso conhecimento não se aplica mais. Então nós precisamos “let go”, deixar isso ir e, obviamente, continuar o nosso processo de aprendizagem contínua. Aí, talvez nós possamos falar de evolução permanente. Uma competência de evolução permanente. Que nós tenhamos a capacidade e a humildade de reconhecer que nós precisamos continuar aprendendo.

Uma outra competência muito importante, ao meu ver, é a competência de formulação de compreensão de cenários, de compreensão de ambientes, exatamente para que o executivo tenha relevância na sua contribuição. Para que ele tenha capacidade de ler os cenários, ler o ambiente e traduzir isto em estratégias que vão melhorar a competitividade daquela organização.

Outra competência bastante importante é uma competência analítica, parece óbvio isso, mas os desafios analíticos hoje têm sido bastante frequentes nas organizações. O último relatório de CEOs que a Price fez agora e lançou em Davos, saiu agora, li antes de ontem, fresquíssimo, mostra que uma das principais dificuldades destes CEOs é ter os seus executivos capazes de interpretar essa profusão de dados e traduzir isto em contribuição relevante para o processo decisório. Isso se faz com capacidade analítica. Ou seja, você conseguir traduzir isso em capacidade de análise, que se traduz em capacidade de tomada de decisão.

Uma outra competência que me parece bastante relevante é a competência de liderar a si mesmo. Nós falamos tanto de liderança, mas, eu acho que nós temos sido desafiados pelo contexto contemporâneo para exercer com mais humildade a nossa incompetência. Por isso, a liderança de si mesmo no sentido de aprender a se autoconhecer, a ter a humildade de reconhecer que precisa melhorar, que precisa evoluir para que possa ser, quem sabe, alguém que lidere pelo exemplo. Liderança pelo exemplo tem sido, cada vez mais, demandada não só dos executivos de Recursos Humanos, mas dos altos executivos em geral.

De qualquer profissional!

De qualquer profissional! Exatamente.

A reboque desta pergunta, como o executivo poderia se autodesenvolver nestas competências?

Eu recomendo que nós precisamos, também, deixar de lado alguns preconceitos e achar que quem faz terapia é maluco, é desajustado. Primeira recomendação que eu dou, os profissionais deveriam ter um banco terapêutico dentro das organizações, terapia organizacional. Não sei se existe isso, mas estou criando aqui um neologismo, ou seja, ter a coragem de enfrentar a terapia, pois a terapia é um momento muito libertador para que as pessoas possam se tornar melhores indivíduos.

Melhores indivíduos, certamente serão melhores profissionais, melhores pais, melhores maridos, melhores esposas, melhores amigos. Este processo de cuidar de si é fundamental, pois tenho visto muitas pessoas desajustadas. Cada vez mais pessoas que estão doentes e pela sua doença de comportamento, elas acabam tornando doente a vida de muitas pessoas dentro das organizações. Empresas competitivas serão empresas que tenham saúde organizacional. Saúde organizacional pressupõe saúde mental. Bem-estar espiritual, bem-estar emocional nas organizações. Isto é função direta dos altos executivos e daqueles que lideram a organização. Este processo de cuidar de si, é fundamental e para isto recorrer a ajuda da terapia vai fazer muito bem aos indivíduos, às suas famílias e às suas organizações.

Tem também, então, uma outra competência que é a inteligência emocional?

É a inteligência emocional, que, ao meu ver, ela acaba sendo uma consequência destas ações que nós falamos. À medida que você cuida do seu autoconhecimento, que você segue preocupado em ser um líder que inspira as pessoas, que as pessoas tenham confiança na sua liderança, consequentemente, ao desenvolver estes atributos, nós desenvolveremos concomitantemente a inteligência emocional.

Legal. Muito obrigado!

Disponha. Um abraço. Obrigado!

Resumo da entrevista do Prof. Wagner Cassimiro Américo Figueiredo sobre Novas competências dos executivos de RH

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