Série Américo Figueiredo | 5 de 6 | Transformação digital na prática

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Continuamos aqui com Américo Figueiredo e agora vamos falar um pouco da transformação digital na prática.

Eu sou o Wagner Cassimiro e este é o Espresso3.

Tudo bem Américo? 

Tudo bem e você?

Bem, na última parte da entrevista, nós falamos sobre transformação digital, agora gostaria que você pudesse aprofundar e dizer alguns ou um caso prático que você conheça.

Olha, tenho um caso que, para mim, foi bastante emblemático que foi o caso da Nextel onde trabalhei por quase sete anos. É uma empresa que foi montada para ser uma empresa B2B, uma empresa com uma tecnologia bastante sólida, mas bastante inadequada que era a tecnologia do rádio, ou seja, serviu a um momento importante da companhia, mas obviamente com esta aceleração de tecnologias 3G, 4G e agora 5G que aumenta, brutalmente a velocidade de dados, tráfego de dados, nós precisávamos fazer esta transformação muito rápida da organização.

Tivemos ajuda da Mckinsey conosco e aí este processo todo é um pouco do que nós falamos anteriormente. É você mudar o modelo mental. Uma empresa que era estruturada por processos voltados ao B2B em costumer care, na engenharia. A engenharia, por exemplo, era perfeita. Uma empresa que tinha um modelo de oferecer a rede perfeita para o funcionamento do sistema de rádio da Nextel, mas às vezes o ótimo é inimigo do bom. Você espera o momento certo para ter o CAPEX que você precisa, mas enquanto isso o mercado começa a demandar soluções mais rápidas e com o timing do marketing muito mais acelerado. Nós aprendemos nesta jornada ao exercício do protótipo.

Neste modelo de transformação digital é muito mais importante que você tenha um protótipo e que você lance o protótipo, testa ele, se ele não deu certo, rapidamente você elimina, ajusta e segue em frente. Não fica esperando o protótipo ficar 100% perfeito. Por que? Porque isso provocou, na nossa experiência, um atraso de lançamento do 3G no mercado, um atraso de três anos. Ou seja, eu estava lá sofrendo as dores, a companhia foi ao chapter eleven que o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos devido a este atraso. Então, isto colocou um senso de urgência nas mudanças. E este processo todo nós discutimos muito estrategicamente aquilo que falamos no início da nossa fala. Quais são os condicionantes de mercado que são requeridos para que você seja relevante no mercado de Telecomunicações. No nosso caso nós colocamos a companhia como quinto player do mercado e fomos aprender com a ajuda da Mckinsey o que faz no mundo quintos players. Aí, o digital tem um papel fundamental.

Hoje é uma empresa de 2.000 pessoas, na minha época chegou a ter 10.000 pessoas, aproximadamente entre funcionários, colaboradores e terceiros, 10, 12 mil pessoas. Uma empresa de 2.000 colaboradores, uma empresa que tem uma metodologia do agile muito implementada para rapidamente colocar as equipes de diversas áreas a trabalho. Nós temos hoje uma empresa que eu tenho relacionamento digital com a Nextel, você tem o aplicativo, você verifica sua conta, você compra serviços de viagem internacional, aciona o roaming, uma série de questões que antes não tínhamos. Sobretudo, uma empresa, hoje, muito mais rápida. Uma empresa hoje que tem até a arquitetura dos escritórios.

Na época que eu estava lá já era uma arquitetura mais fluida, mas ela ficou ainda mais arejada, exatamente na montagem das equipes, muito menos por hierarquia, mas muito mais pela cadeia de valor que tem como objetivo final o cliente. Toda a estrutura organizacional da companhia tem um propósito de atender o cliente que é aquele que, no final das contas gera receita e mantém a companhia funcionando.

Isso foi para mim uma experiência bastante emblemática, porque fez a mudança no modelo mental. Nesta passagem infelizmente o quadro de colaboradores é quase todo renovado. Mas a empresa hoje é uma empresa que continua brigando pelo espaço, muita gente achava que a Nextel ia desaparecer do mercado e ela continua aqui no Brasil brigando como quinto player.

Que lições podemos extrair desta experiência?

Primeiro, não subestimar o impacto da tecnologia na sua estratégia de negócio. Não subestimar a necessidade de ser rápido, de ser ágil. Não subestimar o poder de decisão dos consumidores, porque os consumidores abandonam você overnight. Não subestimar a necessidade de ter propagandas que entreguem a proposta de valor que está sendo veiculada nos meios de comunicação. E, por último, não menos importante, não perder jamais de vista a crença na importância das pessoas para a transformação da organização.

Muito obrigado!

Resumo do vídeo da Série Américo Figueiredo | 5 de 6 | Transformação digital na prática

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